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O estoque de financiamentos para compra de veículos por pessoas físicas recuou em junho pelo quinto mês consecutivo. O saldo dessa linha caiu para R$ 186,5 bilhões em junho, menor valor em dois anos.

Para o Banco Central, o problema não é a falta de recursos, mas a demanda por empréstimos.

"Houve alguma antecipação de demanda nesse segmento, e isso tem influenciado", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. "Esse crédito cresceu com maior intensidade em períodos anteriores, respondendo a incentivos concedidos ao setor."

Nos últimos anos, o governo federal promoveu uma série de desonerações tributárias para o setor. Também houve medidas de incentivo ao crédito, principalmente por meio do aumento nas concessões por bancos públicos.

Ao mesmo tempo, o governo colocou restrições a empréstimos acima de 60 meses. Na última sexta-feira (25), essa restrição foi parcialmente revista.

O BC também anunciou na semana passada a liberação de recursos que podem ser usados pelos grandes bancos para financiamentos automotivos, medida que também já havia sido utilizada nos últimos anos.

"Em tese essas medidas podem trazer benefícios para esse segmento", disse Maciel.

Ele afirmou ainda que, entre as principais modalidades, veículos é a que tem queda mais significativa na inadimplência e a que tem mais espaço para redução do indicador, que está em 4,9% (o piso da série histórica é de 3,7%), nos próximos meses.

Segundo o BC, o crédito para veículos é o principal responsável pela desaceleração no estoque de financiamentos às pessoas físicas com crédito livre, devido à sua participação no total desses empréstimos, que é de R$ 760 bilhões.

PREVISÃO

O chefe do Departamento Econômico do BC disse que as medidas de sexta-feira têm um caráter "meramente regulatório" e seu impacto sobre a inflação já está contemplado nas projeções da instituição.

"Ajuda a conter a expansão dos compulsórios e contribuiu para melhor alocação e distribuição de capital no sistema, na medida em que favorece bancos menores e pequenas empresas", afirmou.

Segundo Maciel, o efeito dessas medidas está contemplado na previsão de crescimento do crédito para o ano, de 12%. Disse, entretanto, que as medidas anunciadas reduzem a possibilidade de uma nova revisão na projeção de crédito, que seria feita em setembro.

O BC afirmou que a Copa do Mundo pode ter tido efeito sobre os dados de crédito de junho, especialmente nas linhas que dependem mais da ida a agências, como financiamentos imobiliários.

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