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São Paulo – O ritmo acelerado dos financiamentos deve continuar até dezembro, garantindo para 2007 o título de melhor ano da história para o crédito no Brasil. A confiança do consumidor em alta, a disposição para os gastos no último trimestre do ano, a sazonalidade do período e a inadimplência sob controle devem garantir esse resultado. Conforme os dados mais recentes do Banco Central (BC), no acumulado dos últimos doze meses encerrados em setembro, o estoque dessas operações no sistema financeiro saltou 24,8%, para R$ 854,1 bilhões.

No ano que vem só deve ocorrer algum freio nos empréstimos a partir do segundo semestre. E, mesmo assim, vai depender de por quanto tempo o BC manterá o juro básico inalterado ou se, por acaso, houver um aumento da Selic, atualmente em 11,25% ao ano. Neste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) interrompeu uma seqüência de 18 cortes consecutivos do juro básico iniciada em setembro de 2005, quando a taxa caiu de 19,75% para 19,50% ao ano.

Para o economista Fábio Silveira, da RC Consultores, a inércia expansionista do crédito determinada nos últimos dois anos não vai ser contida com apenas um mês de pausa nas reduções da Selic. O aumento do emprego e da renda colabora para que o consumidor não se intimide em tomar crédito no sistema financeiro, mesmo diante da pausa nos cortes dos juros.

Os bancos, por sua vez, além de comemorarem o avanço da taxa média de crescimento dos empréstimos, também podem fechar 2007 brindando o bom comportamento dos tomadores dos recursos. A taxa de inadimplência no crédito livre para pessoa física está 0,6 ponto porcentual menor na comparação com setembro do ano passado. Para pessoa jurídica, a queda até agora é de 0,5 ponto.

Carteira

Como a inadimplência está controlada, os bancos deverão manter a estratégia de ampliar a carteira de crédito. Essa tendência só mudará quando as instituições financeiras perceberem uma possibilidade de aumento dos calotes no futuro. Com instrumentos internos de controles de risco, os bancos têm condições de detectar os primeiros movimentos e, se necessário, alterar suas políticas de financiamentos.

Da parte dos consumidores, a intenção de compras não se abala diante das facilidades oferecidas pelo sistema financeiro, com taxas em níveis mais baixos do que há um ano, prazos esticados e prestações que cabem no orçamento.

Uma pesquisa do Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), mostra que 61,2% dos entrevistados vão comprar mais no último trimestre do ano. No mesmo período do ano passado, a disposição para gastar mais era de apenas 36,8% das pessoas consultadas na pesquisa.

Segmentos

Linha branca, eletroeletrônicos, celulares, informática e material de construção são alguns dos segmentos mais demandados nesse período de fim de ano. Boa parte dessas compras é parcelada no cartão de crédito, outra modalidade que vem ganhando espaço em razão de parceiras entre bancos, administradoras e varejo.

Os financiamentos de veículos também devem manter taxa acelerada de crescimento. Os prazos já chegam a 84 meses e o fato de a garantia ser o próprio bem contribui para taxas menores do que em outros segmentos do crédito.

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