Os credores europeus da Argentina entraram na negociação para tentar evitar um calote do país e receberem seu dinheiro. Eles enviaram uma carta ao juiz do caso, Thomas Griesa, na qual pedem para que ele suspenda a aplicação da sentença - ele determinou que Buenos Aires só pode depositar o dinheiro que o país deve a eles caso pague também ao fundo NML, com quem o governo tem uma antiga dívida.
Depois de dar um calote, em 2001, a Argentina procurou seus credores e propôs a eles pagar cerca de 30% do que deviam. Mais de 92% aceitaram e, a partir de 2005, passaram a receber. Essa foi a reestruturação da dívida. Os outros 8% recusaram o negócio, ficaram de fora da troca e processaram o país.
A ação de um grupo deles foi decidida no mês passado: Griesa determinou que o país só pode pagar aos detentores dos novos títulos se pagar aos outros. A Argentina depositou o dinheiro mesmo assim. Mas Griesa proibiu os bancos de repassar o dinheiro.
Os detentores de títulos reestruturados da Europa pedem que Griesa suspenda a sentença até janeiro. Ou seja, a Argentina continuaria honrando a dívida com os credores que já vinham recebendo e, em janeiro, teria que acertar com os que nunca mais viram pagamento depois de 2001.
Há uma cláusula no contrato da dívida reestruturada que força a Argentina a pagar aos credores que optaram pela troca o mesmo que for oferecido, eventualmente, aos que ficaram de fora. Essa regra vence no fim deste ano. O governo argentino já afirmou que não poderia fazer um negócio com o NML porque isso implicaria o disparo dessa cláusula.
Nesta terça (29), técnicos argentinos se reúnem com um negociador apontado por Griesa. No mesmo dia, o preço do título da dívida reestruturada negociada em Nova York subiu 5,65%.
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