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Brasília – O lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que tem como ponto central o aumento do investimento, criou forte pressão sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O Copom define hoje a nova taxa Selic, atualmente em 13,25%.

A redução dos juros foi cobrada publicamente de Meirelles pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na cerimônia de lançamento do PAC, e ontem a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em entrevista ao programa "Bom Dia Brasil" comentou a brincadeira, mas reiterou a expectativa do governo de uma nova redução da taxa Selic.

Não foi mera "brincadeira", no entanto, a cobrança feita a Meirelles para que ele continue reduzindo a taxa básica de juros. Para Mantega e seus técnicos, a decisão que será tomada nesta quarta-feira pelo Copom, presidido por Meirelles, será fundamental para o setor privado mostrar disposição de ampliar seus investimentos e ajudar a cumprir o objetivo central do PAC.

Por isso, a aposta da equipe de Mantega, nos bastidores, é pela manutenção do ritmo de corte de 0,5 ponto porcentual na Taxa Selic, apesar de o mercado majoritariamente prever uma redução de 0,25 ponto porcentual.

As análises do governo, no entanto, comportam a possibilidade de o Copom reduzir a Selic em 0,25% ponto na reunião que termina hoje. O intolerável, segundo um assessor, seria a interrupção do processo de queda. "Uma interrupção nos cortes seria um problema e eles (integrantes do BC) provavelmente teriam de se explicar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva", disse.

O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, reforça a expectativa da continuidade de redução da taxa básica. Barbosa concentra a avaliação no fato de que o PAC não coloca em risco a trajetória de queda dos juros. "O PAC não é expansionista no sentido de ameaçar a queda dos juros", afirmou.

O temor de que o BC possa ser mais conservador - e nesse caso iria optar por um corte de 0,25 ponto - encontra justificativa no próprio PAC porque não se trata de um programa de corte de despesas. Uma única medida de controle de gastos depende de aprovação pelo Congresso: a lei complementar que impõe uma regra para o aumento da folha salarial do Executivo, Legislativo e Judiciário.

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