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Economia e crime andam cada vez mais próximos – ao menos no que se refere à pesquisa acadêmica. Ex-professor da PUC do Rio, que mantém ainda "alguma atividade acadêmica", segundo seu currículo, hospedado no site da universidade, Gustavo Franco, que participou do Fórum da Liberdade, ontem. Abaixo, alguns trechos da conversa com a Gazeta do Povo.

Gazeta do Povo – A violência e a corrupção que dominam o noticiário interferem nas decisões de investimento?Gustavo Franco – Esses são temas que foram muito comuns na discussão política dos Estados Unidos no início do século passado. Todo país precisa enfrentá-los em algum momento. E são questões que têm efeitos econômicos e afetam mais ou menos o crescimento, mas não creio que sejam decisivas para definir um investimento. Mesmo assim, estão cada vez mais presentes nas discussões acadêmicas.

Na área de Economia?Sim. E é ótimo que tenhamos vencido o grande problema do passado, que era a hiperinflação, que mascarava todos os outros. Há dez, quinze anos, praticamente todas as teses nas faculdades de economia eram sobre inflação. Hoje há um interesse muito grande na pesquisa de temas sociais: saúde, educação, crime.

Se o próximo presidente da República lhe convidasse para voltar à vida pública, o senhor toparia?Eu estudei inflação alta durante vinte anos. Nunca imaginei que um cenário como os que eu avaliei poderia ocorrer no Brasil, mas aconteceu. Eu tive o privilégio de estar na cabine de comando da equipe que atacou o monstro. Foi um fato histórico. Depois dessa eu acho que já posso me aposentar. Agora eu vou viver de escrever livros (Franco acaba de lançar "Crônicas da convergência", coletânea de artigos publicados entre 1999 e 2005).

Para quem é sócio de um banco de investimentos, "viver de escrever livros" não é uma escolha de palavras romântica demais?É, realmente não dá para viver de escrever livros. Mas eu passei muito tempo no serviço público, e foi uma época de muito aperto, porque o funcionário público ganha mal, mesmo nos cargos mais altos. Eu estou certo de que ganhar dinheiro não é errado. Errado é ganhar dinheiro no serviço público, com ambulâncias superfaturadas. (FI)

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