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Na Suíça, quase tudo pronto para discussões sobre o rumo da economia mundial | Arnd Wiegmann/Reuters
Na Suíça, quase tudo pronto para discussões sobre o rumo da economia mundial| Foto: Arnd Wiegmann/Reuters

Ministros pressionam Grécia por reformas

Das agências

Os ministros das Finanças da zona do euro, reunidos em Bruxelas, pediram ontem à Grécia que alcance um acordo com seus credores privados "nos próximos dias". Os ministros defenderam que os credores devem aceitar uma taxa menor de juros sobre a dívida grega que os 4% que propõem. Ao mesmo tempo, pediram à Grécia que acelere suas reformas estruturais para fortalecer a economia e o crescimento, antes que novos fundos de resgate sejam liberados.

Os ministros pedem reformas estruturais à Grécia e consideram que as medidas que o país tomou são insuficientes para assegurar o equilíbrio das contas públicas exigido por Bruxelas. "Quando falamos de reformas estruturais, quando falamos de reformas fiscais, eles não cumpriram", reclamou o ministro das Finanças sueco, Anders Borg.

O diretor-gerente do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), Charles Dallara, que representa os credores na negociação da reestruturação da dívida grega, disse ontem em Zurique que a oferta feita na última sexta-feira contempla o máximo de perda aceita pelos credores privados. O risco de um default unilateral, lembrou Dallara, é uma ameaça não só para a Europa, mas também para a economia global. A proposta, que formalmente reduz a dívida em 50%, pode levar a uma perda de longo prazo para os credores entre 65% e 70%, segundo algumas estimativas.

O capitalismo está em xeque dentro de seu próprio berço. O Fórum Econômico Mundial, que começa hoje em Davos (Suíça), se propõe a rediscutir as bases do sistema econômico, já que os abalos da crise financeira global ainda ecoam. A Europa se impõe como o maior risco do momento e projeta sombra perigosa sobre a economia mundial.

Com o tema "A grande transformação: desenhando novos modelos", o evento deste ano quer debater caminhos diferentes para o crescimento, emprego, inovação e sustentabilidade. Trata-se de um reconhecimento do próprio criador do Fórum, Klaus Schwab, de que o mundo passa por mudanças significativas e o sistema precisa se adequar à nova realidade.

Os países desenvolvidos encontram-se na intrincada encruzilhada de buscar recuperar o crescimento e, ao mesmo tempo, colocar as finanças públicas em ordem. O desafio é especialmente dramático para a zona do euro, onde os cortes de gastos públicos devem resultar em um novo mergulho recessivo neste ano.

O evento em Davos começa em meio ao otimismo cauteloso que passou a prevalecer nos mercados neste início de ano. Embora exista desconfiança em relação à Grécia, prevalece a percepção de que a economia mundial escapará de nova recessão. Afinal, os Estados Unidos estão conseguindo fugir dos piores prognósticos e, mesmo sem grande impulso, tendem a continuar crescendo em 2012. Os emergentes, em especial a China, seguem avançando, apesar da desaceleração recente.

Para os próximos meses, as expectativas recaem sobre o reforço do Fundo Monetário Inter­nacional (FMI), que precisa de mais US$ 500 bilhões para enfrentar as dificuldades impostas pela Europa. No velho continente, será fundamental o papel do Banco Central Europeu para dar liquidez aos mercados – a atuação recente do BCE, aliás, é apontada como responsável pela melhora do apetite pelo risco neste início de ano. Todos esses temas devem permear os debates em Davos.

O governo brasileiro chega com presença bastante apagada neste ano, embora o país seja o anfitrião do baile de encerramento. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não foram. A delegação brasileira será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota; pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; e pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Da área corporativa, estarão os presidentes da Petrobras, Sérgio Gabrielli; da Embraer, Frederico Curado; da Braskem, Carlos Fadigas; e do Itaú, Roberto Setubal.

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