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Em 2009, em meio à crise do subprime que havia começado em setembro do ano anterior, a economia do Paraná levou um tombo pior que o sofrido pelo Brasil. A soma das riquezas do estado encolheu 1,2% naquele ano, o dobro do recuo nacional. O crescimento do estado deve ser novamente comprometido desta vez, pela "nova" crise externa, mas analistas acreditam que o impacto mais forte deve se dar somente a partir de 2012. Pelo menos nos próximos meses, os níveis de emprego e consumo devem sustentar a expansão da economia, apesar de já ser evidente uma desaceleração.

A perspectiva é de que a economia paranaense continue a crescer, ainda que menos, no próximo ano. "Esperamos um crescimento em torno de 3,5%", diz Roberto Zurcher, economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

A principal ameaça está na possibilidade de o agravamento da crise na Europa provocar uma queda acentuada na demanda mundial, com reflexo no preço das commodities, produtos que compõem boa parte da pauta de exportações do estado e do Brasil.

A percepção geral é de que a crise atual provocará um esfriamento gradual, mas mais duradouro que o anterior, na economia. "A crise de 2008 mexeu com as expectativas e com a confiança dos agentes, com impacto na concessão de crédito para as empresas, o que derrubou de forma mais radical o crescimento. Não vemos isso agora, mas haverá uma desaceleração lenta e contínua", diz o economista José Guilherme Silva Vieira, professor da UFPR.

O Paraná vem recuperando, lentamente, o espaço perdido nos últimos anos na economia nacional – retração provocada não apenas pelo crescimento dos estados do Nordeste, mas também pela falta de uma política de desenvolvimento que contemplasse a atração de novos investimentos. Entre 2003 e 2008, o peso de sua economia no PIB nacional recuou de 6,44% para 5,9%. Esse indicador voltou para 6% no ano passado, e a expectativa é de que avance um pouco mais neste ano.

No entanto, além da crise mundial, outras ameaças ao desenvolvimento do estado persistem. O rápido crescimento das importações, favorecidas pelo câmbio, tende a tirar mercado da indústria nacional de manufaturados, que também viu minguar sua participação no mercado externo por causa do dólar fraco. Além disso, gargalos de infraestrutura e falta de mão de obra qualificada também podem limitar o crescimento nos próximos anos.

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