A crise da bolsa chinesa, que afetou os mercados asiáticos e respinga nesta terça-feira no Brasil, ainda não deve ser encarada de forma preocupante, diz o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto.
Segundo ele, os problemas são referentes à regulamentação do mercado de ações do país, diante de medidas para restringir a tomada de empréstimos bancários para a compra de papéis e para evitar a negociação de ações de empresas fantasmas.
- O mercado da China ainda é muito incipiente e há agora uma disposição para regulamentar tudo. Mas, por enquanto, essas medidas ainda não afetam a economia real. É só um susto diante de algumas impressões sobre o que pode vir a acontecer - diz.
Segundo o especialista, se a crise se agravar, aí sim, poderá afetar outros emergentes.
- Quando a China vai mal, isso tem repercussão em todo o mundo. Há o receio de redução de demanda por commodity e do consumo global, o que afeta todos os mercados.
Para o superintendente de renda variável da Banif Corretora de Valores, Nami Neneas, a crise deverá ser sentida aqui apenas no curto prazo. Com o tempo, no entanto, diz, a restrição a investimentos estrangeiros na bolsa de Shangai poderá ser até mesmo benéfica para a Bovespa.
- O mercado caiu lá e o investidor estrangeiro foi o primeiro que vendeu. Isso criou uma onda que agora está afetando o Brasil, mas não contagia a economia. Nossa inflação está sob controle, além de contarmos com reservas excepcionais. O investidor que saiu de lá pode agora estar olhando para o Brasil -avalia.
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