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A crise financeira global não deve provocar um recuo na abertura econômica global, disse na quarta-feira o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy.

Segundo ele, as lições deixadas pela quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, e pela Grande Depressão subseqüente mostram que o protecionismo só piora as coisas.

"O atual furacão que atingiu os mercados financeiros não deve distrair a comunidade internacional da busca por mais integração e abertura econômicas", disse Lamy num fórum da OMC.

"Numa crise financeira e numa época de perturbação econômica, em particular numa época de aumento dos preços alimentícios, o que os consumidores empobrecidos precisam desesperadamente é ver o seu poder de compra ampliado, em vez de reduzido."

O chefe da OMC defende a conclusão da chamada Rodada Doha da abertura comercial global, lançada em 2001, mas praticamente abandonada neste ano devido à discordâncias entre países ricos e pobres a respeito de tarifas e subsídios agrícolas e da abertura de mercados industriais.

Lamy disse que diplomatas buscam novamente, há duas semanas, um consenso nessas questões, depois do colapso das negociações ministeriais na OMC, em julho. A nova meta agora é obter um acordo agrícola e industrial até o final do ano, segundo ele.

Mas, ao contrário do que declarou na semana passada, Lamy desta vez não fez menção a uma nova reunião ministerial em Genebra nas próximas semanas, que necessariamente seria antecedida por algum tipo de avanço nas atuais discussões técnicas.

O principal entrave em julho e agora é a criação de um mecanismo de proteção a pequenos agricultores de países pobres, para funcionar em épocas de importações excessivas ou quebra de preços. Países ricos, especialmente os EUA, temem que isso gere distorções; nações em desenvolvimento, como a Índia, dizem que o mecanismo de salvaguardas é importante para garantir a subsistência de milhões de famílias rurais.

"Infelizmente não pudemos chegar a uma solução", disse um diplomata de um dos sete países que participam das reuniões preliminares.

O foco da Rodada Doha agora passa para uma série de consultas realizadas pelo embaixador da Nova Zelândia na OMC, Crawford Falconer, que tenta reduzir as diferenças em conversas com pequenos grupos de países envolvidos.

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