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Protesto em Curitiba em dezembro: para a consultoria, 2016 será marcado por um aprofundamento da crise no Brasil | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Protesto em Curitiba em dezembro: para a consultoria, 2016 será marcado por um aprofundamento da crise no Brasil| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A crise política e econômica no Brasil está entre os dez maiores riscos para o cenário internacional em 2016. O alerta é da consultoria Eurasia Group que, nesta segunda-feira (4), publica seu ranking dos elementos de maior risco para o mundo no ano. O Brasil está na oitava posição.

“A presidente Dilma Rousseff está lutando por sua sobrevivência política e a crise política e econômica deve piorar em 2016”, alertou a entidade.

LEIA MAIS: confira o ranking com os 10 maiores riscos internacionais para este ano

Para a consultoria, as apostas de que haja uma solução não devem ser vistas com otimismo. “A batalha sobre o impeachment de Rousseff não deve colocar fim ao impasse político atual”, apontou o grupo, um dos maiores do mundo em termos de análise de risco político.

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“Se ela sobreviver, seu governo não ganhará a força política necessária para fazer avançar as reformas econômicas que o país precisa para lidar com seu déficit fiscal cada vez maior”, indicou. “Se Rousseff cair, o governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer não fará muito melhor”.

A consultoria também aponta para o impacto da Operação Lava Jato. “A presidente vai continuar vulnerável ao caso de corrupção Lava Jato”, disse. “Isso deve revelar novas evidências de irregularidades dentro de seu partido, o PT, que podem também levar a novos pedidos por seu impeachment”.

Para a Eurasia, o destino de Dilma pode ser definido ainda mais rápido se “seu mentor e ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva sentir a pressão das investigações e se virar contra a agenda de reforma de Rousseff”. Na avaliação do grupo, se Dilma continuar no poder, ela será “uma presidente cada vez mais cativa de elementos radicais de seu partido”, em conflito com o Congresso e que podem levar a uma “paralisia política”.

Piora

A Eurasia estima que “a forma mais limpa de sair dessa crise política” está nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que avalia suspeitas de “fraude nas eleições presidenciais de 2014”. “Se a corte encontrar evidências de financiamento ilegal de campanha, ela pode convocar eleições em 90 dias. Ainda que improvável, tal resultado teria o benefício de colocar um novo presidente eleito com nova legitimidade política”.

Mas a própria consultoria não aposta neste cenário. “2016 será caracterizado por um aprofundamento da crise no Brasil”, alertou.

Maiores riscos

Segundo a Eurasia, o informe “Top Risks” do ano tenta “identificar as tendências políticas e geopolíticas mais desafiadoras e pontos de estresse para investidores globais e participantes do mercado em 2016”. Confira os outros riscos que compõem a lista:

  1. Fragilidade da aliança entre EUA e União Europeia, o que promete ter um “impacto global sobre o risco político”
  2. Risco de que a Europa feche suas fronteiras diante do fluxo de refugiados e a ameaça terrorista
  3. O impacto da desaceleração na China
  4. Ameaça terrorista do Estado Islâmico
  5. Desestabilização interna da Arábia Saudita
  6. Surgimento de magnatas do setor da tecnologia como atores políticos, capazes de influenciar decisões internacionais
  7. Fortalecimento de “líderes imprevisíveis”, como Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan
  8. Crise política e econômica no Brasil
  9. “Falta de eleições livres” em países emergentes
  10. Situação política na Turquia e o destino do presidente do país, Tayyip Erdogan
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