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Startups jurídicas e de educação lideram ranking de mulheres no comando

Patrícia Basilio, especial para a Gazeta do Povo
09/12/2019 20:02
O domínio de empreendedores do sexo masculino em startups no Brasil é indiscutível. De um total de 12 mil empresas mapeadas pela ABStartups (Associação Brasileira de Startups), 84,3% delas são comandadas por homens, contra 15,7%, por mulheres. Essa realidade, contudo, está mudando aos poucos. Em algumas áreas, como a jurídica, o percentual de fundadoras de negócios inovadores chega a 25%.
Estudo realizado com mais de 12 mil startups pela plataforma Distrito aponta que as edtechs (startups de educação) estão na segunda colocação no ranking de mulheres líderes de negócios — atrás das legaltechs — com 21% de fundadoras do sexo feminino. Os últimos segmentos são os de agricultura e de indústria, com 3% cada um.
A advogada Camilla Lopes é uma das empreendedoras que decidiu se aventurar no universo das legaltechs. Há três anos, ela fundou a MOL - Mediação, plataforma online especializada na resolução de conflitos entre pessoas físicas e empresas. A startup está sediada no Cubo Itaú, maior hub de empreendedorismo da América Latina. “A mulher é corajosa e forte. Ela precisa estar representada em todos os setores econômicos do país”, defende a executiva.
Com 25 funcionários e 35 mil casos tratados, a MOL recebeu aporte de US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 14 milhões) dos fundos de investimento RedPoint eventures e Canary. Com o dinheiro, Camilla planeja aumentar o número de funcionários, oferecer os serviços para pequenas e médias empresas e expandir a operação para outros estados, além do Sudeste. Entre os clientes da startup estão Magazine Luiza, Caixa Econômica Federal e Itaú.
Do tradicionalismo aos robôs
A advogada Celina Salomão decidiu deixar o mundo corporativo para empreender e transformar o mercado jurídico. Em 2017, ela fundou a ForeLegal, startup de soluções de big data para gestão jurídica, com mais de 50 milhões de processos cadastrados.
Ela também é mãe e dona de outra startup, a LogJur, de logística. “Não concordava com o juridiquês ensinado na faculdade, que nem o mercado entende”, argumentou.
Na avaliação da executiva, existe uma alta demanda por legaltechs no mercado, tanto por empresas privadas quanto por órgãos públicos. Por este motivo, ela acredita que esteja mais fácil buscar investidores atualmente, o que nem sempre representa uma boa oportunidade para as startups. “Bons negócios sempre encontram dinheiro. A grande sacada é encontrar quem vai te ajudar também com aquilo que você não sabe”, aconselhou a advogada.

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