Dasa investe R$ 60 milhões em maior parque tecnológico de genética da América Latina

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A Dasa, companhia de medicina diagnóstica, inaugurou nesta quarta-feira (26) seu primeiro Centro de Diagnóstico em Genômica, em São Paulo. Segundo a empresa, o espaço é o maior parque tecnológico especializado em sequenciamento genético da América Latina e recebeu R$ 60 milhões em investimento durante os dois anos de construção.

De acordo com a empresa – que é também a maior rede laboratorial da América Latina, dona de marcas como Delboni Auriemo e Lavoisier, no Sudeste, e Frischmann Aisengart, no Sul, entre outras–, o centro tem capacidade para processar cerca de 3 mil exames genéticos e genômicos de mais de 700 laboratórios.

Devido à complexidade do serviço, o parque tecnológico firma parcerias com startups estrangeiras e conta com 34 profissionais mestres e doutores, entre geneticistas, bioinformatas (cientistas de dados especializados em genética) e patologistas.

De acordo com Emerson Gasparetto, vice-presidente da área médica da Dasa, a união com empresas e universidades é fundamental para o portfólio do centro de diagnóstico ser o mais diverso possível e ganhar escalabilidade — com foco na medicina de predição. Entre as startups parceiras do parque estão a suíça Sophia Genetics e a norte-americana Myriad, de oncogenética.

Parcerias com jovens empresas brasileiras, contudo, estão fora dos planos da Dasa, revela Gasparetto: “No Brasil, quando identificamos uma startup com potencial para contribuir com a Dasa, a compramos.”

O laboratório de genética Genera, instalado no Cietec, incubadora da USP (Universidade de São Paulo), por exemplo, foi adquirido pela gigante de diagnóstico há seis meses.

A Dasa também virou parceira estratégia do Cubo Itaú, maior hub de inovação e empreendedorismo da América Latina, na área de saúde, em janeiro deste ano. A Dasa presta consultoria para as startups e ajuda na seleção de novas residentes.

Centro terá papel importante para pesquisa também

Além de firmar importantes parcerias, o centro também adquiriu um equipamento único no Brasil ao custo de R$ 6 milhões, o sequenciador genético NovaSeq 6000. Com ele, o tempo de leitura do genoma humano pôde ser reduzido de 13 anos para 48 horas, segundo Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.

A partir das informações brutas gerados pelos equipamentos e analisados pelos cientistas do centro tecnológico, a Dasa realiza pesquisas sobre a genética da população brasileira e compartilha os estudos em bancos de dados públicos. O objetivo é que pesquisadores e médicos de todo o mundo tenham acesso ao conhecimento. “Vamos lançar um artigo em breve sobre oito variações do câncer de mama recorrente entre as brasileiras e que pode afetar também mulheres de outros países”, afirma Campana.