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A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRT), órgão do Ministério do Trabalho, interditou a Unidade de Destilação Atmosférica U2100, atingida por um incêndio da última sexta-feira (29), na Refinaria Presidente Vargas (Repar), em Araucária - cidade da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O motivo seria falta de segurança, que colocaria em risco os cerca de 300 funcionários que estavam trabalhando no local.

O grupo de servidores da Repar está impedido de voltar ao trabalho até que as condições de segurança estejam garantidas. A interdição aconteceu nesta terça-feira e foi informada somente nesta quarta-feira (4) depois de denúncia do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro).

A equipe da SRT vistoriou a unidade na tarde de terça-feira, no momento em que mais de cem pessoas trabalhavam no local, e constatou a necessidade de adequações.

"O que achamos que no início era um problema simples se revelou de grande magnitude. O impacto do incêndio foi visível, houve deformação de estrutura metálica e comprometimento da parte civil da unidade", atestou Enio Bezerra Soares, auditor fiscal do trabalho responsável pela vistoria.

De acordo com ele, apenas está autorizado o trabalho de escoramento da unidade e alívio de carga, com a retirada de materiais que estão em cima da U2100 para não sobrecarregar a estrutura, além de análise das condições de trabalho. A equipe responsável por essas funções deve ser específica e com um número reduzido de profissionais.

A delimitação da área interditada foi feita em comum acordo com a Repar e a empresa terá que apresentar um laudo técnico mostrando que as condições que motivaram a interdição foram afastadas para que os funcionários possam retornar suas atividades.

Segundo o presidente do Sindipetro, Silvaney Bernardi, os trabalhadores foram liberados para retomar os trabalhos no local já na manhã seguinte ao acidente, mas a Repar não apresentou laudo técnico comprovando a segurança dos trabalhadores. "É como se pegasse fogo em um prédio, os bombeiros apagassem e as pessoas recebessem ordem de que poderiam voltar ao prédio sem que fosse feita uma vistoria adequada", manifestou.

O dirigente informou ainda que o Sindipetro fará uma assembleia com os petroleiros nesta quinta (5) e sexta. Há o indicativo de greve até que as condições de trabalho sejam seguras na refinaria.

Outro lado

Procurada, a Petrobras - proprietária da Repar - não comentou a interdição até as 17h30 desta quarta-feira. Questionada sobre a produção da refinaria, que estaria sem produzir combustíveis há cinco dias, a empresa limitou-se a informar que a U-2100 "encontra-se paralisada para avaliação técnica sem afetar o abastecimento ao mercado. A Petrobras informa que a causa do recente acidente está sendo apurada e reitera que não houve explosões."

A Petrobras não informou quando a produção da refinaria será normalizada nem o quanto deixou de ser produzido desde o incidente da última sexta-feira (29).

O acidente

Conforme o Sindipetro, a explosão aconteceu depois do rompimento de uma tubulação de óleo. O fogo foi controlado pela brigada de incêndio da Repar e ninguém ficou ferido. Segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), a Petrobras é a responsável por retirar o solo contaminado e apresentar um relatório de impacto ambiental em 15 dias, no qual a empresa deve informar a destinação do solo retirado e acompanhar a qualidade da água do Rio Barigui, próximo à refinaria.

O sindicato dos petroleiros divulgou, na segunda-feira, um vídeo atribuído à explosão. Segundo a categoria, foram várias explosões com chamas que ultrapassaram 50 metros de altura. Veja:

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