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Uma desaceleração mais forte que o esperado da economia dos Estados Unidos deve afetar todas as economias da América Latina em 2007, incluindo o Brasil, disse o Banco Mundial em relatório.

Os países da região, que destinam a maior parte de suas exportações ao mercado americano, poderiam sofrer com uma queda brusca nos preços no mercado imobiliário nos Estados Unidos, o que reduziria a demanda por importações na maior economia do mundo e pressionaria para baixo o preço mundial das commodities, disse o banco.

Em seu relatório anual para as perspectivas da economia global para 2007, os economistas do Banco Mundial esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 3,5 por cento em 2006, 1,2 ponto percentual a mais que o ano passado, quando o país cresceu 2,3 por cento.

O Banco Mundial projeta crescimento do PIB brasileiro de 3,4 por em 2007 e 3,8 por cento em 2008.

A alta taxa real de juros no país, ainda acima dos 10 por cento, e o real valorizado são apontados pelo banco como fatores limitantes para um crescimento mais robusto do Brasil.

"O Brasil ainda tem taxas de juros reais bem acima dos outros países em desenvolvimento, só para garantir a estabilidade", disse Hans Timmer, economista do Banco Mundial.

A América Latina e o Caribe como um todo devem crescer 5 por cento em 2006, indicou o banco. "A taxa de juros no Brasil tem caído, mas ainda é um fator limitante para favorecer a expansão do consumo e do investimento", disse a Reuters Maurizio Bussolo, economista sênior do banco e um dos autores do estudo.

"Mas é tão difícil reduzir a expectativa de inflação que é melhor o excesso de prudência na política monetária do que o que está acontecendo na Argentina", acrescentou o economista.

A Argentina tem crescido a taxas mais altas que o Brasil e deve fechar o ano com um crescimento de 7,7 por cento, mas em compensação carregará uma taxa de inflação superior a 10 por cento, disse o Banco Mundial, um modelo que classifica como "insustentável".

"O Brasil também é muito maior que os outros países da região, que podem crescer mais rápido porque são menores", disse Bussolo.

O economista apontou ainda as eleições presidenciais deste ano como um fator limitante para a ampliação de investimentos.

"A eleição traz um fator de incerteza e os investidores ficam esperando para ver o que vai acontecer antes de se comprometerem", afirmou.

Ainda que uma freada no crescimento nos Estados Unidos afete o Brasil, o banco acredita que o país deve ser menos afetado que o México, por exemplo, que destina praticamente a totalidade de suas exportações ao mercado americano.

"A perspectiva para o Brasil é ligeiramente melhor que a do México em parte porque sua economia externa é menos ligada a importações dos Estados Unidos", disse o relatório.

E mesmo que o crescimento das exportações seja mais lento, ele deve permanecer robusto pela forte demanda das economias emergentes asiáticas, diz o relatório "Perspectivas Econômicas Globais 2007 -- Gerenciando a Próxima Onda de Globalização".

Como fator positivo, a continuidade no processo de redução da taxa de juros no Brasil dever facilitar a retomada do investimento no ano que vem no país, segundo o relatório.

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