O anúncio dos 13 vetos da presidente Dilma Rousseff ao texto da Medida Provisória 595, a chamada MP dos Portos, aprovada pelo Congresso em sessões que se estenderam pela madrugada, foi mal recebido na Câmara dos Deputados. Líderes da base governista não só criticaram os vetos como acreditam que a postura do Planalto dará origem a um movimento para apreciar sistematicamente os vetos presidenciais. "Esse movimento vai crescer e vai ficar irreversível", afirmou um deputado.
"Vamos votar os vetos. Ela tem todo o direito de vetar e nós, de derrubar", avisou um líder de um dos principais partidos da base. Segundo o parlamentar, está sendo negociada uma reunião com os presidentes da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN); e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na próxima semana para discutir o rito dos vetos. "O objetivo é ter uma sistemática de veto", explicou o deputado.
"O número de vetos demonstra o tamanho do apreço dela (Dilma) pelo Congresso Nacional, inclusive pelos líderes do governo, que fizeram as negociações aqui", avaliou o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS). "Quando o Congresso não é considerado, o negócio é apreciar os vetos", completou.
Albuquerque também prevê uma "onda" em favor da sistematização da votação dos vetos presidenciais. "Quando se ouve mais não que sim, precisa-se trabalhar para apreciar os vetos", concluiu.
Já o líder do PR na Câmara, deputado Anthony Garotinho (RJ), comemorou o veto ao parágrafo quarto do artigo 57 da MP. "Era o que nós desejávamos", disse o deputado, que classificou a emenda de "Tio Patinhas" por, segundo ele, atender a interesses de lobistas. Garotinho não vê espaço para um "motim" a favor da apreciação dos vetos presidenciais nos próximos dias. "Não acredito que depois de tudo o que já veio à tona, especialmente na Tio Patinhas, eles (parlamentares) tenham coragem de enfrentar a opinião pública", disse.
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