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Ainda que alguns especialistas sugiram que há uma bolha imobiliária em formação, muitos argumentam que o país vive um longo ciclo de alta dos preços, e que eles devem começar a se estabilizar em breve. O principal argumento é de que o Brasil passou por um longo período de estagnação imobiliária, em que o número de novas construções foi muito pequeno.

"Não vejo a possibilidade de bolhas. É um aquecimento normal. Havia uma demanda muito reprimida. Enquanto houver compradores, o preço vai se manter", diz o diretor do Secovi e proprietário da imobilária Cilar, Luciano Giongo Tomazini. Paulo Queiroz, economista-chefe da Portfolio Asset, consultoria econômica baseada no Rio de Janeiro, concorda. "Há uma procura muito grande, mas a oferta não acompanha. Essa alta acelerada seria mais uma correção, talvez um pouco exagerada, de preços deprimidos por muito tempo", afirma.

Juros

Análises de história econômica mostram que, apesar de não poderem ser previstas, as bolhas têm pelo menos um elemento em comum: o baixo nível da taxa de juros, o que costuma significar desejo do governo de que as famílias e empresas gastem mais, com o crédito mais barato. "Essa não é a realidade do Brasil", diz Fábio Nogueira, diretor da Brazilian Finance Real Estate (BFRE), empresa que atua na área de crédito imobiliário. "O juro no Brasil é um dos mais caros do mundo. Hoje os brasileiros financiam, em média, 62% do imóvel, um patamar considerado bastante saudável. Quando há a comparação com a bolha imobiliária americana, é bom lembrar que lá, muitas vezes, o financiamento chegava a até 105% do valor do imóvel", argumenta.

Nogueira também lembra que, no Brasil, os bancos fazem um controle rigoroso da concessão de crédito. Como as próprias instituições carregam quase que integramente os ativos imobiliários, elas têm os incentivos corretos para não arriscar demais. "A nossa regulamentação do crédito é muito rigorosa. No Brasil não há produtos financeiros como havia nos EUA, como o refinanciamento de hipotecas", afirma Queiroz. (BB)

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