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São Paulo (Das agências) – Levantamento divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-Econômicos (Dieese) mostra que o desemprego entre os jovens com faixa etária de 16 a 24 anos, em 2004, atingiu 1,623 milhão de pessoas em seis regiões metropolitanas. Segundo o estudo "Juventude: Diversidades e Desafios no Mercado de Trabalho Metropolitano", o número representou 46,4% do total de pessoas sem emprego acima de 16 anos, que era de 3,498 milhões em uma População Economicamente Ativa (PEA) de 18,246 milhões das regiões metropolitanas de São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Salvador (BA), além do Distrito Federal.

Na avaliação do Dieese, o "baixo crescimento" da atividade econômica nacional nos últimos anos tem efeito importante ao limitar o ritmo de criação de emprego, prejudicando todos os trabalhadores. No caso dos jovens, há um agravante: a inexperiência e a baixa escolaridade de muitos candidatos ao mercado de trabalho. "Já há uma escassez do ponto de vista da oferta de trabalho e no caso do jovem, a inexperiência tem um papel fundamental’’, afirma o técnico do Dieese, José Silvestri.

Diante desse quadro, o estudo apontou que a parcela jovem da população sente-se em desvantagem na disputa por um posto de trabalho, pela menor experiência que apresenta. O desemprego juvenil chega a ser quase duas vezes superior ao verificado para o total da população acima de 16 anos.

De acordo com o Dieese, a situação mais preocupante é a da região metropolitana de Salvador, com 42,8% dos jovens entre 16 e 24 anos sem emprego. Em seguida, apareceram Recife (41,7%), o Distrito Federal (36,7%) e São Paulo (32,6%), Belo Horizonte (30,3%) e Porto Alegre (29,3%). Na faixa etária acima dos 16 anos, a região de Salvador apareceu com taxa de desemprego de 25,3% e foi seguida por Recife (23,1%), Distrito Federal (21,5%), São Paulo (18,1%), Belo Horizonte (17,3%) e Porto Alegre (15,6%).

Segundo a pesquisa, jovens mais pobres têm mais dificuldades para entrar no mercado de trabalho. Em 2004, entre os jovens mais pobres, o porcentual de desempregados é o dobro do apurado entre os jovens de renda mais elevada.

A taxa de desemprego para os jovens mais pobres situava-se entre 67,1%, na Grande Salvador e 58,5%, na região metropolitana de São Paulo, em 2004. Já para os jovens originários das famílias com maior poder aquisitivo, as taxas de desemprego são muito inferiores: Porto Alegre (18,8%), São Paulo (22,1%), Belo Horizonte (26,5%), Recife (31,1%) e a maior também em Salvador (34,4%).

O poder aquisitivo dos jovens também influencia na escolha entre a escola e o mercado de trabalho. Em 2004, nas regiões investigadas pelo Dieese, pode-se observar que, em geral, os jovens de origem mais abastada tendem à permanência na escola, enquanto entre os jovens de famílias mais pobres, verifica-se o oposto.

De um lado, é maior a proporção de jovens pobres entre os que estudam e procuram trabalho. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, 13,4% dos jovens de famílias de menor renda estão nesta situação, enquanto entre os mais ricos, apenas 8,7%. Por outro lado, o ingresso no mercado de trabalho mediante o abandono da condição de estudante também é mais freqüente entre os oriundos de famílias de renda mais baixa. Em 2004, este percentual atinge 47,9% dos jovens pobres de São Paulo, contra 45,9% dos jovens mais ricos.

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