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Quase metade dos comerciantes crê que as vendas não vão superar as de 2010 | Marcelo Elias / Gazeta do Povo
Quase metade dos comerciantes crê que as vendas não vão superar as de 2010| Foto: Marcelo Elias / Gazeta do Povo

Os comerciantes de Curitiba demonstram um "otimismo cauteloso" em relação às vendas para o Dia das Mães. Segundo sondagem feita pelo Instituto Datacenso, a pedido da Associação Comercial do Paraná (ACP), 54% dos lojistas acreditam que as vendas deste ano serão melhores que as de 2010. Ou seja, quase metade do setor não prevê alta nas vendas – 32% veem uma repetição dos números do ano passado e 14% esperam queda.

O gasto médio com os presentes deve ficar em R$ 137,44, na opinião dos lojistas, o que representa um aumento de 7,8%, ou R$ em relação ao valor apurado em igual levantamento, no ano passado (R$ 127,47). Mas, se descontada a inflação do período, de 6,3%, segundo o IPCA, o aumento real do tíquete médio seria de apenas 1,4%, o equivalente a R$ 1,80.

Para a consultora Ana Vecchi, da consultoria especializada em varejo Vecchi e Ancona, a previsão é realista. Isso porque, mesmo mantendo parte de seu impulso de compra, o consumidor já começa a evitar gastos excessivos. "O consumidor sente um pouco a diminuição no crédito e, principalmente, está mais moderado, até por ouvir tantas informações para que evite o endividamento", afirma Ana.

De acordo com Eugêncio Foganholo, diretor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, "as pessoas já enxergam que estão com um endividamento alto e, por isso, não querem se comprometer mais e mais". Isso não resultaria em um freio no consumo, mas em um "um andar mais lento", explica.

A ACP, que prevê um aumento de 10% no volume de vendas, acredita que a expansão poderia ser ainda maior. "Se não fosse o impacto do aperto no crédito, o aumento poderia ser maior, entre 15% e 20% em relação a 2010", lamenta o vice-presidente da instituição, Antônio Espolador.

Mesmo não sendo o ideal, o mês de maio – tido como o "segundo Natal" do varejo – deve oferecer algum alento aos comerciantes depois de um período de queda nas vendas. Já reconhecidos como meses de baixa atividade no setor, fevereiro e março deixaram os lojistas ainda mais preocupados com suas vendas. No mês passado, além do feriadão de carnaval, as lojas de rua foram prejudicadas pelo clima – choveu em 28 dos 31 dias do mês, segundo dados do Instituto Simepar. Com isso, 32% dos comerciantes venderam menos em março do que no mês anterior.

Janete dos Santos, subgerente da loja de perfumes e cosméticos Diva, do Centro de Curitiba, conta que as vendas dos últimos meses ficaram bem abaixo do esperado. "O clima não ajudou e o carnaval, que foi muito tarde, também prejudicou o movimento. Agora estamos apostando bastante no Dia das Mães, com preparativos como brindes e promoções, na esperança que supere as expectativas", diz Janete.

"Foi uma situação muito ruim, mas claramente atípica, devido a tanta chuva. O Dia das Mães deve recuperar os resultados em parte, mas não chega aos números que pretendíamos", diz Espolador.

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