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Bancos centrais ao redor do mundo devem lançar novas ações coordenadas de emergência esta semana para tentar acalmar o pânico que tomou conta dos mercados financeiros, que pode agravar ainda mais por conta de dados que apontam para uma recessão global.

O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, deve cortar de maneira acentuada a taxa básica de juro norte-americana, seguindo as fortes vendas de ações e o colapso das moedas de alguns países desenvolvidos e economias emergentes da Ásia e da América Latina.

Os primeiros dados sobre o desempenho da economia dos EUA no terceiro trimestre, que serão divulgados na quinta-feira, devem mostrar uma contração de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) depois de uma expansão de 2,8% no trimestre anterior.

"Cada vez mais, os sinais apontam para uma profunda e sincronizada recessão global", disse o economista Bruce Kasman, do JPMorgan.

"Ainda é muito cedo para medir com precisão a profundidade da desaceleração uma vez que o cenário depende de quão bem as ações dos governos poderão conter a crise financeira."

A probabilidade do Fed cortar a taxa de juro em 0,5 ponto percentual era calculada no domingo em 74% e a chance de uma redução de 0,75 ponto era de 26%.

Líderes da Ásia e da Europa reforçaram a intenção neste fim de semana de dar um impulso na confiança dos investidores, que enfrentam a pior crise financeira em 80 anos.

PROTEÇÃO DA ECONOMIA REAL

"Precisamos usar todos os meios necessários para impedir que a crise financeira impacte sobre a economia real", afirmou o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, no sábado, durante o final de uma cúpula de dois dias entre 43 líderes asiáticos e europeus em Pequim.

O presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, foi citado neste domingo ao afirmar que a segunda maior economia da Ásia está em boas condições, mas precisa se prevenir para evitar riscos.

Investimento em infra-estrutura e expansão da demanda do consumidor poderiam ajudar a amortecer o impacto de exportações mais fracas, afirmou Xiaochuan, acrescentando que o BC trabalhará um plano para fornecer ajuda emergencial a bancos se necessário.

O ministro da Economia do Japão, Kaoru Yosano, afirmou no domingo que o governo deve aumentar seu esquema de proteção aos bancos para cerca de 10 trilhões de ienes (US$ 106 bilhões) ante os atuais 2 trilhões de ienes.

A Coréia do Sul, cujos mercados e moeda tombaram com as turbulências financeiras da última semana, afirmou que precisa tomar uma ação de urgência para impulsionar a economia. Alguns analistas afirmaram que o BC local deverá cortar o juro na segunda-feira.

A Arábia Saudita revelou planos para injetar 10 bilhões de riyals (US$ 2,67 bilhões) no Saudi Credit Bank, criado para concessão de empréstimos sem juros a cidadãos pobres.

Governos já comprometeram cerca de 4 trilhões de dólares para apoiar bancos e restaurar as atividades dos mercados abertos na tentativa de conter a crise e estão considerando regras financeiras mais rígidas para se defenderem de qualquer repetição da atual situação.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve finalizar um acordo esta semana com a Islândia, onde vários bancos foram estatizados e o sistema financeiro quase ruiu.

VOLATILIDADE

Representantes do governo russo afirmaram neste fim de semana que o banco central da Rússia tem os meios para controlar as acentuadas flutuações na moeda do país, mas não vê necessidade para limitar movimentos de capital ou para mudar a banda de flutuação do rublo.

Analistas de câmbio estrangeiro afirmam que a extrema volatilidade, que incluiu movimentos de 10% em algumas taxas apenas na sexta-feira, pode fazer com que os bancos centrais do G7, ou dos 20 principais países, a intervir em breve para uma estabilização dos mercados mundiais.

Mas outros analistas afirmam que os movimentos são pouco mais que a desarticulação, se bem que de modo violento, dos excessivos desbalanceamentos de moedas e de investimentos que foram montados ao longo da última década via baixas taxas de juros globais.

Entre as companhias que divulgam resultados esta semana estão United States Steel, Procter & Gamble, Legg Mason, Kraft Foods, MetLife e Sun Microsystems.

Na Europa, divulgam balanços Santander, Alcatel-Lucent, France Telecom e Deutsche Bank.

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