O dólar chegou a recuar mais de 1% nesta quarta-feira (13), acompanhando a queda em outras praças financeiras, mas inverteu o movimento após romper a barreira de R$ 3 e fechou em alta, acompanhando também a recuperação dos rendimentos de títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
A moeda norte-americana fechou em alta de 0,63%, a R$ 3,0385 na venda, após chegar a cair a R$ 2,9817 na mínima da sessão. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de US$ 760 milhões.
O dólar rompeu a barreira de R$ 3 após a divulgação de dados mais fracos sobre a economia dos Estados Unidos. Mas a expectativa de que o Banco Central brasileiro possa reduzir ainda mais as intervenções no câmbio fez com que a moeda se recuperasse.
“Na última vez em que (o dólar) caiu abaixo de R$ 3, o BC diminuiu a rolagem (de swaps cambiais), então muita gente está agindo como se esse nível fosse um piso”, disse o operador de uma corretora internacional sob condição de anonimato.
Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em junho. O BC já rolou o equivalente a US$ 3,150 bilhões, ou cerca de 33% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.
O avanço dos rendimentos dos Treasuries, que haviam recuado no início da manhã, também corroboraram a recuperação do dólar sobre o real. Juros mais altos nos EUA tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro.
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Investidores também aguardam a possível votação da Medida Provisória 664, que altera as regras de acesso a benefícios previdenciários, como pensão por morte, prevista para acontecer nesta quarta-feira. A medida faz parte do ajuste fiscal promovido pelo governo e, se aprovada, pode elevar o ânimo nos mercados domésticos.
“Na nossa opinião, o governo brasileiro está progredindo em seu processo de consertar a política econômica doméstica, então as quedas fortes do real provavelmente ficaram para trás”, disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
Recuperação
O recuo do dólar no mercado internacional nesta sessão foi impulsionado pela divulgação de que as vendas no varejo dos Estados Unidos ficaram inalteradas em abril, sugerindo que a fraqueza registrada no primeiro trimestre pode ter se estendido para os meses seguintes. Durante a sessão, a moeda norte-americana chegou a recuar para o menor patamar ante uma cesta de moedas.
“Os pontos de interrogação em torno da economia dos EUA centram-se em consumo e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), e as vendas no varejo são o dado mais diretamente ligado a esses cálculos”, escreveu o diretor administrativo de estratégia do Citi Steven Englander em nota a clientes.
Sinais de fraqueza na economia norte-americana podem levar o Federal Reserve a postergar o aumento de juros, sustentando a atratividade de ativos de países emergentes.
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