• Carregando...

A combinação do otimismo nas principais praças acionárias internacionais com a queda do dólar no exterior permitiu que a moeda renovasse a mínima em cerca de um ano, chegando a romper o patamar de 1,80 durante os negócios.

A divisa norte-americana terminou o dia em baixa de 0,39 por cento, a 1,800 real na venda, menor valor desde 22 de setembro de 2008, quando encerrou a 1,793 real. Ao longo da jornada, o dólar chegou a ser cotado a 1,796 real na mínima.

"Hoje o ambiente é bastante positivo, com sinais mais claros de que os Estados Unidos estão se recuperando. O dólar respondeu a esses fatores com queda", disse o diretor de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.

No exterior, os investidores se mostravam mais confiantes com perspectivas de uma recuperação da economia norte-americana. O mote eram notícias ligadas a fusões e aquisições, além de números mostrando que a produção industrial daquele país avançou pelo segundo mês consecutivo em agosto.

Ao final das operações no mercado de câmbio local, as bolsas em Nova York subiam mais de 1 por cento, enquanto o Ibovespa saltava 2,0 por cento, superando os 60 mil pontos pela primeira vez desde o final de julho do ano passado.

A queda do dólar na cena local era endossada ainda pelo recuo da moeda no exterior, ao mesmo tempo em que renovava as mínimas ante o euro e uma cesta com as seis principais divisas mundiais, contra a qual perdia 0,39 por cento no final da tarde.

Profissionais do mercado de câmbio avaliam que as pressões de queda para o dólar ainda são maiores que as de alta, sustentando-se o fluxo de recursos principalmente à bolsa de valores nacional, onde há grande participação de investidores estrangeiros.

De acordo com dados da BM&FBovespa, em setembro, até o dia 11, o ingresso de capital externo na bolsa está positivo em 511,5 milhões de reais.

E ofertas iniciais de ações de companhias como Banco Santander, Cetip e Tivit, somadas a captações de Vale, CSN, entre outras, devem favorecer uma apreciação maior do real no curto prazo, uma vez que costumam atrair investidores globais.

Números do Banco Central conhecidos nesta sessão, contudo, mostram que o saldo negativo do fluxo cambial elevou-se a 1,768 bilhão de dólares nos primeiros 11 dias de setembro. No período, o BC comprou 636 milhões de dólares no mercado à vista.

Os números do BC, além de uma metodologia de cálculo diferente, incluem o movimento do setor comercial e de outras operações financeiras.

Battistel ponderou, no entanto, que a moeda norte-americana pode dar uma "puxada" pontual, uma vez que já derreteu mais de 20 por cento em 2009.

Felipe Pellegrini, gerente de operações da Corretora Confidence, também acredita que as cotações da divisa podem subir já nos próximos dias, passando por uma correção às baixas recentes.

"Acredito que a moeda deve terminar o ano (2009) na faixa atual (1,80 real), podendo no médio e longo prazo testar 1,70 real", considerou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]