O dólar fechou em forte alta ante o real nesta terça-feira (8), chegando a subir mais de 1% durante o dia em função do cenário externo negativo, com a moeda norte-americana aproximando-se de R$ 1,95, patamar que não é alcançado há quase três anos.
Com isso, o Banco Central completou seis sessões seguidas sem atuar no mercado por meio de compra de dólares o que, segundo operadores, tem permitido que o real acompanhe o movimento nos mercados internacionais.
A moeda norte-americana fechou o pregão com valorização de 0,93%, cotada a R$ 1,9387 real na venda, a maior cotação desde o dia 14 de julho de 2009, quando fechou cotada a R$ 1,9700. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 1,9204 e R$ 1,9435.
"A moeda subiu hoje com certeza seguindo lá fora. A resposta foi o cenário negativo, não houve outro motivo", afirmou o economista de um banco que prefere não ser identificado.
As dificuldades para a formação de um novo governo na Grécia, que leve adiante medidas de austeridade fiscal, fizeram os mercados a terem um dia de maior aversão ao risco, com quedas mais fortes nas bolsas.
O candidato a primeiro-ministro pela Coalizão de Esquerda, Alexis Tsipras, deu início aos esforços para formar um novo governo nesta terça-feira ao renunciar aos termos de uma ajuda internacional e ameaçar nacionalizar os bancos.
Enquanto Antonis Samaras, líder do partido conservador Nova Democracia, que ficou em primeiro nas eleições de domingo, afirmou que Tsipras levaria a Grécia para fora do euro com sua exigência de que as promessas feitas em troca do resgate da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) sejam desfeitas.
O operador de câmbio da corretora Renascença José Carlos Amado ainda destaca que o dólar vem se mantendo em um patamar elevado ante o real mesmo sem a atuação do BC e acredita que pode também ter ocorrido uma diminuição do fluxo de entrada de dólares no país.
"O mercado está bem cauteloso em relação a lá fora e acho que deve ter diminuído o fluxo também, o que pode estar reforçando a alta. Isso está levando a uma percepção no mercado que tem espaço para a moeda subir, o que afasta potencial vendedores", disse.
Amado não descarta ainda que, com o cenário ainda negativo, o dólar continue a subir ante o real, aproximando-se cada vez do patamar de R$ 2.
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