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Notas de dólar
| Foto: Jan Vašek/Pixabay

O mau humor em relação à economia mundial voltou a ter impactos negativos no mercado financeiro brasileiro. O dólar fechou o dia a R$ 4,14, 0,37% a mais do que na sexta e a bolsa caiu 1,27%, encerrando o dia a 96.429 pontos. A moeda americana chegou a ser negociada a R$ 4,15.

“As apostas em uma recessão global estão aumentando e os investidores estrangeiros estão retirando recursos do Brasil”, explica Daniel Herrera, analista da Toro Investimentos. Até o dia 22, segundo o Banco Central (BC), saíram US$ 2,13 bilhões do país.

Segundo ele, o investidor está olhando para a diversificação global dos ativos e fugindo daqueles de maior risco, como é o caso dos mercados emergentes. “No mercado acionário, todos os setores, indistintamente, estão sentido essa retração”, diz o analista.

Esse cenário de mau humor dominante deve continuar enquanto não se vislumbrar uma alternativa positiva para a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias globais. “Não se sabe para onde vai o posicionamento de Trump. Ele está com um discurso extremamente belicoso”, diz Pedro Coelho Afonso, economista-chefe da PCA Capital.

Não bastasse o cenário externo negativo, indicadores nacionais mostram uma economia desaquecida e há questionamentos em relação ao andamento da política econômica. Isto causa reflexos no dólar e na bolsa.

Os principais indicadores continuam mostrando uma economia desaquecida. O relatório Focus - uma pesquisa feita pelo Banco Central junto a instituições financeiras e divulgada nesta segunda - sinaliza para um crescimento de 0,8% do PIB em 2019. Há uma semana, a expectativa era de uma expansão de 0,85%.

O mercado não está animado para a divulgação do PIB do segundo semestre, previsto para a quinta-feira. Analistas apontam que não se surpreenderiam se o número viesse negativo. “Estamos dependendo de números positivos vindos do exterior. Por aqui índices de confiança, expectativas e setoriais não animam”, diz Herrera.

Há, também incertezas internas, aponta Afonso: “O governo se mostra despreparado para tentar retomar a confiança dos investidores e depende do andamento da Reforma da Previdência para dar notícias positivas.”

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