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Na máxima da sessão, a moeda norte-americana avançou 2% e atingiu R$ 3,4353 | Paulo Lisboa//Folhapress
Na máxima da sessão, a moeda norte-americana avançou 2% e atingiu R$ 3,4353| Foto: Paulo Lisboa//Folhapress

O dólar fechou em alta pela quinta sessão consecutiva nesta terça-feira, depois que a Standard & Poor’s sinalizou que o país pode perder o grau de investimento, mas o avanço foi limitado porque investidores ponderaram que a deterioração da nota do país já estava parcialmente embutida nos preços.

O dólar avançou 0,15%, a R$ 3,3690 na venda. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana avançou 2% e atingiu R$ 3,4353, maior nível intradia desde 21 de março de 2003 (R$ 3,4600). Nas últimas cinco sessões, incluindo essa, a divisa já acumulou alta de 6,17%.

“O mercado estava esperando algo semelhante. A surpresa é que veio da S&P, e não da Moody’s”, afirmou o economista da 4Cast Pedro Tuesta, lembrando que a Moody’s está prestes a avaliar a nota do país novamente.

Tuesta argumentou ainda que a alta do dólar perdeu força à tarde após a analista da S&P Lisa Schineller dizer que espera que o cenário fiscal melhore e que o país evitará o rebaixamento. “Não sei por que pioraram a perspectiva, então”, afirmou o economista.

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixou claro que o governo está fazendo o máximo que pode em termos fiscais, e que um esforço adicional depende fundamentalmente do Congresso.

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Cenário conturbado

A agência, que já tem a nota do Brasil no último degrau antes de perder o grau de investimento, argumentou que sua decisão vem da série de investigações de corrupção envolvendo empresas e políticos, que pesam cada vez mais sobre os cenários econômico e fiscal brasileiros. Informou ainda que o país enfrenta circunstâncias políticas e econômicas desafiadoras.

Investidores já vinham demonstrado preocupação com a possibilidade de o Brasil perder seu grau de investimento, após cortes nas metas fiscais do governo deste e dos próximos anos surpreenderem e decepcionarem os mercados financeiros.

O cenário político conturbado também pesa neste momento, em que o governo depende muito do Congresso – em pé de guerra com o Executivo – para aprovar as medidas de ajustes fiscais. Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a afirmar que fará todos os esforços junto ao Legislativo “para garantir a previsibilidade fiscal”.

Intervenção no câmbio

O atual momento do mercado de câmbio também fez investidores redobrarem a atenção sobre a intervenção do Banco Central, já que a valorização da moeda norte-americana tende a pressionar a inflação ao encarecer importados. O sinal mais imediato será o anúncio da rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, equivalentes a venda futura de dólares.

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Nos últimos meses, o BC tem feito rolagens parciais e caminha para repor cerca de 60% do lote de agosto, equivalente a US$ 10,675 bilhões. Operadores têm afirmado que, se mantiver essa proporção para o lote de setembro, o BC sinalizaria que está confortável com o avanço da moeda norte-americana.

Durante o final da tarde, especulações sobre a possibilidade de o BC sinalizar a rolagem integral do lote de setembro, correspondente a US$ 10,027 bilhões, ajudaram a diminuir os ganhos. “Quando o mercado fica nervoso, qualquer conversa faz preço. Hoje, o papo foi sobre a rolagem”, disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais de agosto. Com isso, já rolou o equivalente a US$ 5,684 bilhões, ou cerca de 53% do lote que vence no mês que vem, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.

Juros

Outro fator importante para os próximos passos do dólar é a reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que termina na quarta-feira (29).

Sinalizações de que o Fed caminha para elevar os juros ainda neste ano podem servir de gatilho para a moeda norte-americana dar mais um salto, afirmaram operadores, uma vez que pode atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no Brasil.

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