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Deputado tenta impedir transação

O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) pediu ao Ministério Público Federal (MPF) providências na Justiça para impedir a venda da Delta Construções para a J&F Participações

O objetivo, segundo o parlamentar, é garantir que em caso de condenação dos dirigentes da Delta por corrupção, a população brasileira possa ser restituída de eventuais desvios.

"Se a Delta fez transações com empresas fantasmas, se envolveu-se em negócios escusos, como é que a solução é vendê-la? Eles metem o dinheiro no bolso?", questiona o parlamentar, acrescentando que o cancelamento do negócio seria uma medida "assecuratória".

No pedido apresentado nesta quarta-feira à Procuradoria-Geral da República, Teixeira pede atuação do MPF para evitar a venda ou até anulá-la se já estiver concretizada. Pede, ainda, que sejam arrolados, de forma cautelar, todos os bens da empreiteira e tornados indisponíveis, para permitir eventual recuperação de ativos.`

O objetivo, cita o documento, é evitar "essencialmente que bandidos encontrem no crime uma atividade lucrativa e vantajosa".(Agência Estado)

A holding J&F, controladora de empresas como o frigorífico JBS e a Vigor, divulgou comunicado nesta quarta-feira (9)informando que assinou um acordo para assumir a gestão da Delta Construções --empreteira de Fernando Cavendish que teve seu nome ligado ao escândalo dos grampos que relaciona políticos ao empresário de jogos ilicítos Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro por uma operação da Polícia Federal.

A Delta é apontada pelo Ministério Público como suposta integrante do esquema de Cachoeira na região Centro-Oeste. A empresa aproveitou para negar a informação de que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (PSD-GO), não terá nenhum cargo ou função na gestão da empresa de construção. Ele é o atual presidente do conselho consultivo da J&F.

O grupo informa que o acordo, que passa a vigorar a partir da semana que vem, foi assinado na segunda-feira (7) e passará por um rígido processo "de auditoria" nos próximos meses. Somente após os resultados desta diligência será ou não exercida uma opção de compra.

O contrato preliminar dá direito à J&F de substituir a estrutura administrativa da Delta, incluindo presidente, diretores e membros do Conselho de Administração.Este contrato preliminar, que vincula as partes e que será confirmado pela J&F a partir dos resultados da diligência, resguarda os novos gestores de qualquer responsabilidade em relação aos contratos vigentes até que a auditoria seja concluída.

Segundo o comunicado, a Delta terá a "gestão profissionalizada a partir dos mais altos padrões de governança corporativa [transparência]" e terá o nome do novo presidente divulgado nos próximos dias. "Nosso objetivo é honrar os contratos que serão auditados e preservar os mais de 30 mil empregos da Delta", diz Joesley Batista, acionista da J&F.

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