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Dono da Azul pode ter dinheiro do BNDES na compra da TAP

Em carta apresentada ao governo português, consórcio que comprou companhia aérea destaca que recorrerá ao banco de fomento brasileiro

Avião da TAP: companhia foi privatizada pelo governo português. | Rafael Marchante/Reuters
Avião da TAP: companhia foi privatizada pelo governo português. (Foto: Rafael Marchante/Reuters)

O empresário David Neeleman, dono da Azul, pode contar com o crédito oficial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no investimento que promete fazer na aérea portuguesa TAP. A informação foi confirmada por duas fontes que acompanharam a privatização. A participação do banco, inclusive, foi destacada na proposta entregue pelo consórcio Gateway em Lisboa. Os vencedores, porém, ainda não solicitaram o crédito ao banco de fomento brasileiro.

Uma fonte do governo português informou que a proposta vencedora para a compra da TAP declara que há uma linha de crédito do banco brasileiro à disposição e que pode ser usada para financiar o investimento na companhia aérea de Portugal. A menção do crédito à disposição também foi confirmada por uma fonte brasileira ligada ao BNDES.

A proposta entregue pelo fundador da Azul praticamente promete o apoio do banco de fomento na operação. O texto afirma que o BNDES “não é ainda formalmente membro” do consórcio. “No entanto, estamos confiantes de que se juntará ao agrupamento dentro de semanas”, diz o documento entregue ao governo de Portugal pelo consórcio Gateway.

A entrada do BNDES aconteceria por meio de uma linha de crédito existente de apoio à internacionalização das empresas brasileiras. A operação, porém, pode ser polêmica. Vale lembrar que, pelas regras da União Europeia, o controle das empresas aéreas da região deve ser europeu. Portanto, o consórcio vencedor Gateway deverá ter obrigatoriamente 51% do capital de posse de sócios europeus, como o português Humberto Pedrosa.

Mesmo com o controle europeu do consórcio, a operação do banco brasileiro de desenvolvimento foi citada e destacada na proposta de compra da TAP. “Há uma carta de intenção que cita a possibilidade de entrada do BNDES no consórcio. O banco seria uma fonte de financiamento e não um acionista”, confirmou a fonte em Lisboa.

Etapas

Eventual financiamento do BNDES para a TAP precisaria de algumas etapas para ser concretizada. O consórcio Gateway ainda precisa solicitar o crédito e se adequar às condições da operação, explicou a fonte no Rio de Janeiro. “Então, poderíamos considerar eventual operação”, explica. “É bom observar que não há vinculação da proposta, nem comprometimento do BNDES com o consórcio vencedor”, completa a fonte ligada ao banco.

O governo português entendeu a inclusão do BNDES na proposta como “um gesto político” do apoio de Brasília à operação. A análise também é compartilhada no BNDES, mas a fonte esclarece que a linha citada também está à disposição de outras empresas. Procurado, o BNDES informou, via assessoria de imprensa, que não se pronunciará sobre o tema.

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