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Agnelli, da Vale  (à esquerda), e Gabrielli, da Petrobras, assinaram o acordo ontem no Rio | Rafael Andrade
Agnelli, da Vale (à esquerda), e Gabrielli, da Petrobras, assinaram o acordo ontem no Rio| Foto: Rafael Andrade

Rio de Janeiro - Disposta a investir na extração de gás para assegurar no longo prazo seu consumo do combustível, a Vale fechou ontem acordo com a Petrobras para explorar em conjunto um bloco na bacia do Espírito Santo. Pelo acerto, a Petrobras cedeu 25% dos direitos exploratórios na área batizada de B 22, onde até agora não existe nenhuma descoberta. Na região, há, porém, grande potencial de reservas de gás.

O valor da transação não foi divulgado, mas o objetivo da Petrobras em se associar com a Vale é compartilhar o investimento e reduzir, com isso, os eventuais riscos de não encontrar óleo e gás na área.

"Há uma complementaridade de interesses. A parceria permite diminuir o risco do investimento, inerente à atividade petrolífera", disse o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Do lado da Vale, o objetivo é garantir a autossuficiência no suprimento de combustível a um custo menor. Com acesso ao gás, a mineradora quer substituir gradualmente o uso de diesel em suas locomotivas na malha ferroviária da companhia no Sul/Sudeste, e utilizar o gás nas operações de adensamento de minério de ferro em pelotas, no Espírito Santo.

Com a fraca demanda global, essas fábricas consomem atualmente 2 milhões de metros cúbicos/dia – pouco menos de 20% do consumo de todo o estado do Rio de Janeiro. Mas podem utilizar, em plena capacidade, até 6 milhões de metros cúbicos/ dia.

As apostas da Vale na área de gás não se restringem apenas à nova parceira com a Petrobras. A companhia arrematou blocos na última rodada da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e investe com seus sócios na prospecção de 26 áreas – das quais 22 em parceria com a Petrobras.

Pré-sal

O presidente da Vale, Roger Agnelli, não descartou a possibilidade de investir também nas reservas do pré-sal. Disse, porém, que seu "interesse é apenas de curioso". Ou seja, não há nada de concreto ainda. "Primeiro, vamos ver qual vai ser a regulamentação [para o pré-sal, ainda em estudo pelo governo]", ressaltou. Agnelli reiterou que a Vale não pretende ser uma petroleira. Investe no setor apenas para assegurar combustível com custo menor para suas atividades de mineração.

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