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Um dos data centers do Google, instalados nos EUA, Finlândia e Bélgica. | Google/Divulgação
Um dos data centers do Google, instalados nos EUA, Finlândia e Bélgica.| Foto: Google/Divulgação

É quase impossível escapar do Google e sua capacidade de varredura para coleta de dados, de acordo com novo estudo encabeçado pelo professor de ciências da computação, Douglas Schimidt, da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos.

Na pesquisa de 55 páginas, o professor afirma que mesmo um smartphone inativo, rodando o sistema Android e com seu Google Chrome aberto, envia dados para os servidos do Google até 14 vezes por hora. E mesmo não utilizando serviços ou dispositivos do Google, o que limita a coleta de dados, a dominância da rede de anúncios da gigante americana torna muito difícil prevenir que isso aconteça, também destaca o estudo.

Quem financiou a pesquisa foi grupo Digital Content Next, um grupo de lobby que representa a indústria editorial digital e do qual o jorna Washington Post é membro, e que com frequência tece críticas ao Google, como, por exemplo, por sua falta de moderação no YouTube, ou por sua dominância, junto ao Facebook, na indústria de publicidade online.

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O estudo oferece uma visão ampla dos múltiplos aspectos acerca das técnicas utilizadas pelo Google para a coleta de dados, tanto por seus serviços como Maps, chats via Hangouts e Youtube, como pela rede de anúncios DoubleClick Ad.

“Estes produtos conseguem coletar dados por uma variedade de técnicas que podem não ser facilmente compreendidas pelos usuários em geral”, escreveu Schmidt em sua conclusão. “A maior parte ocorre enquanto o usuário não está diretamente engajado com qualquer um de seus produtos Google”, completou.

Em uma breve declaração, o Google questionou a credibilidade do estudo.

“Este relatório foi pago por um grupo lobista profissional, e escrito por uma testemunha da Oracle em seu corrente processo litigioso de direitos autorais com o Google. Então, não surpreende que contenha informações amplamente enganosas”, respondeu a companhia.

A pesquisa surge no momento em que o Google enfrenta um exame minucioso sobre como consegue informações de localização, após uma investigação da Associated Press relevar que desligar a configuração “histórico de localização” não interrompe toda a coleta de dados. Na Califórnia, dois homens entraram com processos após o relatório, alegando que o Google teria os enganada sobre a extensão de seu rastreamento.

Schimidt descobriu que dois terços dos dados coletados pelo Google, durante 24 horas de “vida útil” de um smartphone, foram por meios passivos. O professor também encontrou evidências de que a empresa tem a capacidade de ligar dados anônimos com informações pessoais das contas Google, mesmo quando os usuários não estou logados ou estão usando o modo privado de navegação – as abas anônimas do Google Chrome.

Os dados anônimos coletados por cookies de publicidade também poderiam ser ligados às contas pessoais, alega o pesquisador. A maior parte do dinheiro do Google vêm de publicidade, que representa 86% de sua receita, de acordo com relatório de lucros do segundo trimestre de 2018.

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Questionado sobre quais os pontos enganosos, o Google direcionou o Washington Post às descrições de como funciona o modo de navegação anônima, e como o Chrome grava e rastreia informações, dizendo que não vincula atividades anônimas com as contas Google dos usuários quando elas fazem o login. De acordo com a empresa, as informações são deletadas assim que o modo anônimo é desativado.

O Google também negou que vincule dados coletados anonimamente via cookies de anúncios às contas de usuários.

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