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A projeção do Ministério da Fazenda de que a inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2012 abaixo de 5% é contestada por economistas. Segundo os especialistas, em vez de choques nos preços das commodities (bens primários com cotação internacional), fatores internos pressionarão a inflação neste ano.

De acordo com o economista chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, o aumento da renda da população e o desemprego em baixa continuarão a estimular o consumo e, por consequência, a alimentar a inflação em 2012. "Esse processo deve se intensificar no segundo semestre, quando a economia estará mais dinâmica", destaca. Ele projeta IPCA de 5,1% neste ano.

O analista da Austin Ratings Felipe Queiroz acrescenta outro fator que deve pressionar a inflação neste ano: o reajuste do salário mínimo, que subiu 14,12% e passou para R$ 622. "O salário mínimo tem sim, impacto bastante significativo na inflação nos próximos meses", avalia. O especialista prevê que a inflação oficial fechará o ano em 6%.

Para os dois especialistas, o setor de serviços será o grande vilão da inflação em 2012. "Este é um setor respaldado pela demanda interna, que continua alta mesmo com a desaceleração da economia", explica Queiroz. "A ampliação do crédito, o desemprego baixo e a redução de impostos para alguns setores vão jogar mais gás no consumo e se refletir nos serviços", justifica Rosa.

Mais cedo, o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que o IPCA fechará 2012 abaixo de 5%, depois de ter atingido 6,5% em 2011, no teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo ele, os preços administrados e dos alimentos farão a inflação desacelerar neste ano.

Em relação ao salário mínimo, o secretário admitiu que o reajuste terá impacto sobre a inflação, mas disse que o efeito é limitado porque a ampliação do poder de compra elevará não apenas o consumo, mas os investimentos. Segundo ele, o reajuste do mínimo terá efeito positivo para toda a economia.

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