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Curitiba – Com poder de compra cada vez maior e com autoridade consolidada dentro da família, as mulheres são as grandes responsáveis pelas decisões de consumo. Várias pesquisas mostram a participação crescente do público feminino no mercado consumidor. Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2003, as mulheres já representam 42,7% da população economicamente ativa do país. São 32,5 milhões de trabalhadoras que têm um poder de compra de R$ 200 bilhões. O levantamento mostra que elas chefiam 29% das famílias brasileiras e a estimativa é que mais de 70% de tudo que é consumido depende da decisão feminina.

O estudo Mulheres do Novo Século, do Ibope Solution, comprova essa influência e mostra que o perfil feminino deve promover muitas mudanças nas estratégias das empresas. A pesquisa traz aspectos psicológicos do comportamento da mulher diante da prateleira: o público feminino mescla valores pessoais com profissionais, relacionando espiritualidade a poder aquisitivo, e família a realização profissional. O levantamento constata também que as marcas não são fatores preponderantes em suas escolhas, mostrando que elas buscam utilidade, funcionalidade e qualidade.

A consultora de varejo Celina Kochen aponta que a mulher dá muito valor ao serviço e que é mais exigente que o homem. "A mulher compra atendimento, ambiente, sensações, e não apenas produtos", destaca. Ela aponta que a independência financeira e a maior participação nas decisões familiares fazem do público feminino o alvo principal das empresas. "Esse público precisa ser bajulado, precisa de um atendimento personalizado e o mercado tem de estar cada vez mais atento a estes detalhes", afirma.

A maior presença da mulher já pode ser sentida em ambientes novos. Segundo as estimativas, a opinião delas é ouvida em 65% das compras de eletrônicos, 70% das aquisições de automóveis e 80% do comércio de roupas masculinas.

Casada e mãe de três filhos, dois deles também casados, Leila Telles é diretora de um cursinho para concursos públicos em Curitiba e tem presença constante em lojas de artigos masculinos. Ela afirma que o homem não vê as compras como prioridade, que só se preocupa em adquirir o essencial e não tem paciência para pesquisar. "As mulheres se interessam mais por questões como aparência e satisfação. Por isso sempre acompanho meus filhos e meu marido em compras e, muitas vezes, compro roupas para eles", diz.

A administradora de imóveis Cláudia Cruz de Souza também ocupa papel fundamental nas decisões de sua casa. Casada e mãe de duas filhas, ela procura produtos que se encaixem no seu estilo e diz que não adianta se fixar em menor preço. "É preciso observar sempre a qualidade do produto, para não ter que refazer a compra logo", afirma ela.

Cláudia trocou de carro há quatro meses. Apaixonada pelo modelo desde as primeiras propagandas na televisão, ela escolheu pelo visual e pelo conforto. "Sempre gostei de carros diferentes, que tenham um design inovador", diz. Ativa nas decisões familiares, muitas vezes veta as intenções do marido. "Há poucos meses, ele queria trocar de carro. Não deixei porque ele não fica muito tempo com o mesmo veículo e iria perder dinheiro", afirma Cláudia.

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