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O construtor José Antônio Luciano, dono de quatro salas e um barracão, vai construir um prédio comercial de três pavimentos para alugar | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
O construtor José Antônio Luciano, dono de quatro salas e um barracão, vai construir um prédio comercial de três pavimentos para alugar| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Curitiba tem escassez de grandes espaços

A falta de espaços comerciais adequados tem dificultado a instalação de mais empresas em Curitiba e região. De acordo com profissionais do setor, o mercado está sofrendo com carência de conjuntos maiores, acima de 300 metros quadrados de laje e com um único ambiente, ideais para abrigar corporações com grande número de funcionários.

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Linha Verde começa a atrair investidores

Com a saturação de tradicionais eixos comerciais – como as avenidas Cândido de Abreu, no Centro Cívico, República Argentina (Água Verde e Portão), Carlos de Carvalho (Batel) e a região do Cabral –, o setor de imóveis comerciais está se deslocando para outras áreas da cidade. De acordo com os profissionais do mercado, a "bola da vez" é a Linha Verde. "É uma região com perfil comercial. Ainda está um pouco desacreditada, mas tem terrenos para construção e um potencial muito grande", aponta a coordenadora de locação da Redeimóveis, Marise Hartmann.

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O valor médio da locação de imóveis comerciais em Curitiba aumentou 69,1% em menos de cinco anos. De acordo com o Sindicato da Habitação e Condomínios do Estado do Paraná (Secovi-PR), o preço do metro quadrado para o aluguel subiu de R$ 9,24 em dezembro de 2006 para R$ 15,62 em maio de 2011. Nesse mesmo período, a inflação "oficial", calculada pelo IPCA, acumulou alta de 26,7%, e o IGP-M, indicador tradicionalmente usado para corrigir o valor dos aluguéis, avançou 33,8%. Ou seja, a receita do proprietário com a locação avançou mais que o dobro da inflação nesse período.

Na ponta do lápis, o aluguel de um imóvel comercial de 300 metros quadrados – tamanho em falta no mercado de Curitiba – rendia ao proprietário, em média, R$ 2.772 por mês em dezembro de 2006. Hoje, esse mesmo investidor recebe R$ 4.686.

Diante do cenário promissor, a quantidade de investidores interessados em suprir a necessidade do mercado aumentou consideravelmente. "Os investidores estão sedentos por projetos comerciais", afirma o arquiteto Rodrigo Freire, sócio da Proa Arquitetura & Planejamento.

Retomada

Depois de estagnar em 2006 e 2007, o lançamento de salas comerciais em empreendimentos verticais foi retomado, de acordo com o Perfil Imobiliário 2010, divulgado pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR). Em 2008, foram lançadas 320 unidades no Centro e no Centro Cívico. Em 2009, foram 566 unidades no Ecoville e, de janeiro a outubro de 2010, 204 salas comerciais em edifícios foram disponibilizadas em Curitiba, principalmente na região central da cidade.

Segundo Marise Hartmann, coordenadora de locação da Redeimóveis, associação que reúne 12 das principais imobiliárias da cidade, os lançamentos dos últimos anos contribuíram para equilibrar a oferta e a demanda. "Temos vários prédios comerciais sendo entregues", diz.

A RCA Incorporação e Admi­nistração de Bens, em parceria com a Helbor Empreen­dimentos, lançou, recentemente, dois prédios de salas comerciais para atender à demanda reprimida. De acordo com arquiteto e responsável pela RCA, Ricardo Amaral, os empreendimentos já estão 100% comercializados. "Com o bom momento da economia, novos negócios se formaram, e os profissionais precisam de locais para se estabelecer", diz. A incorporadora já analisa a possibilidade de lançar novos projetos comerciais. No momento, o principal entrave é a falta de terrenos adequados. "O segmento comercial está em franco crescimento e tem se mostrado como um excelente negócio", afirma Amaral.

Localização

Um dos principais interesses das empresas quando procuram espaços comerciais para locação é a infraestrutura dos arredores. A proximidade de terminais de ônibus, bancos, áreas comerciais e restaurantes jogam para cima o valor do aluguel. "A diferença está no zoneamento, já que apenas alguns setores da cidade interessam para construção de espaços comerciais", aponta Freire. "Os funcionários precisam ir e vir do emprego e também almoçar. Dependendo da localização, o imóvel se valoriza bastante", complementa Marise.

Menos incômodo

O construtor José Antônio Luciano está apostando na estrutura disponível no bairro Prado Velho e a proximidade com a região do Tecnoparque, programa municipal que estimula o desenvolvimento de setores de alta tecnologia, para construir um prédio de três pavimentos de salas comerciais. Cada espaço vai ter 300 metros quadrados, o suficiente para abrigar empresas de grande porte. "Queremos aproveitar que muitas empresas de tecnologia estão se instalando na região para locar o imóvel a uma só", explica Luciano. A previsão é que o empreendimento esteja pronto até o final de 2012.

O construtor já aluga quatro salas no bairro Vila Fanni, que rendem cerca de R$ 5 mil em aluguel, mais um barracão no Parolin. Os empreendimentos estão locados desde que ficaram prontos. A facilidade de locação, somada ao incômodo de administrar imóveis residenciais, fizeram com que Luciano optasse pelo investimento no segmento comercial. "É um produto mais dinâmico", afirma. "Existe pouca coisa para arrumar e não tem incomodo com inquilino reclamando de lâmpada queimada, problemas que enfrento com a locação residencial", explica o construtor, que também é dono de um prédio de apartamentos residenciais.

Valorização

Além do ganho com a locação, os proprietários têm visto seus imóveis comerciais se valorizarem. Nos últimos cinco anos, os espaços passaram a valer 87,5% a mais, em média. Uma sala comercial comprada a R$ 300 mil em 2006 vale hoje mais de R$ 560 mil. Ao contrário de outros investimentos, po­­rém, os imóveis têm baixa liquidez.

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