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Fila de caminhões na BR-277 em abril de 2011: cena tem tudo para se repetir em 2012 | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Fila de caminhões na BR-277 em abril de 2011: cena tem tudo para se repetir em 2012| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Segurança do terminal terá R$ 41 milhões

Entre os projetos em licitação estão o novo sistema de segurança do Porto de Paranaguá, empreitada orçada em R$ 35 milhões, e um novo software operacional, de R$ 4 milhões, que fará a interligação da parte de vigilância com o funcionamento do terminal. Com mais de 300 câmeras, entre modelos fixos, móveis e com infravermelho, o sistema promete por fim à vulnerabilidade do terminal a roubos, invasões e mesmo possíveis ataques terroristas.

O novo sistema também vai adequar o porto às normas de segurança da Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Con­portos), da Polícia Federal, da Re­­ceita Federal e da Agência Na­­cional de Transportes Aquavi­á­­rios (Antaq). E ainda permitirá a atualização do Código Interna­cio­nal para Proteção de Navios e Ins­talações Portuárias (ISPS Code).

O ISPS Code foi criado em 2002 pela Organização Marítima Internacional (IMO) após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O código prevê medidas de proteção para portos, navios e cargas nos 162 países que integram a entidade e é considerado hoje fator indispensável para que um terminal portuário seja reconhecido como seguro em nível internacional. A Appa espera colocar o sistema em funcionamento a partir de abril de 2012.

Também está em licitação a contratação de um seguro patrimonial e de operação, por R$ 2,5 milhões – algo inédito para o porto, que, segundo o superintendente, Airton Maron, não tinha nem mesmo o mapeamento do seu patrimônio completo.

Apesar dos investimentos de R$ 227 milhões prometidos para 2012 no Porto de Paranaguá, o superintendente da Appa, Airton Maron, diz que ainda não há qualquer solução para a cobertura do Corredor de Exportação do porto – por onde passam os grãos e os farelos – que proteja a estrutura dos dias chuvosos. Hoje, basta uma chuva leve para paralisar o carregamento e causar filas de caminhões.

"Para nós um dos principais entraves é este. Tem a ver também com a qualidade do produto embarcado. Mesmo quando alguma providência é tomada no início, quando a nebulosidade chega à Ilha da Cotinga, a carga acaba sendo molhada. Tudo isso representa custo, principalmente para o operador responsável por entregar o carregamento no destino e em bom estado", observa Alexan­dro Cruzes, gerente da unidade da Coamo, maior cooperativa agroindustrial da América Latina, em Paranaguá. Ele diz que o Porto de Santos (SP) está prestes a testar um modelo. "Sei que é uma engenharia difícil, mas tem de ser pensada e discutida com os operadores graneleiros", argumenta.

Uma estrada que leve diretamente da entrada de Paranaguá ao Porto é uma das principais – e mais antigas – reivindicações da população e dos operadores do terminal. Para Juarez Moraes e Silva, que, além de diretor-presidente do TCP, é também presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Parana­guá (Aciap), essa responsabilidade é do poder público. "É o que diz a Lei Federal 8.630 [documento de 1993 que dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos por portos e suas instalações]. O problema no caso do acesso direto ao porto é que não há uma decisão ainda sobre de quem é a responsabilidade de fazer a obra – do governo estadual, da Appa, do município ou mesmo da concessionária, a Ecovia", diz.

Ronaldo Sapateiro, gerente do terminal marítimo da Fospar, em Paranaguá, também acredita que este é o principal gargalo do porto no presente e também em futuro próximo, com a expansão da movimentação – o terminal é o principal exportador de fertilizantes do país. "Um acesso direto, exclusivo, seria uma boa ideia", afirma. A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística foi procurada para comentar o assunto, mas não retornou o contato.

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