• Carregando...

As exportações brasileiras de carne de frango cresceram 6,8 por cento no primeiro semestre de 2011, para 1,93 milhão de toneladas, mas o setor espera desaceleração dos embarques nos próximos meses, por conta do dólar mais fraco e alta dos insumos, afirmou a associação que reúne exportadores nesta segunda-feira.

"Percebemos que (os embarques em) junho já foram menores que em maio. A tendência, no cenário atual, é desacelerar pelo alto preço do milho e a queda do dólar a um patamar insuportável", disse o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra.

Segundo levantamento da Ubabef, os preços do milho --insumo de maior peso no custo de produção-- subiram de 47 por cento a até 111 por cento, em algumas praças em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no período que vai de janeiro de 2010 até junho deste ano. No mesmo período, o dólar teve uma desvalorização de quase 11 por cento.

"Isto tudo tirou a possibilidade de manter o ritmo de crescimento no ano e tira a renda do setor", acrescentou Turra. Ele observou que os balanços de empresas já mostram "margens estreitas e até no vermelho", como reflexo da alta do insumo e do câmbio.

Embora o dólar esteja corroendo a renda em real do exportador, o setor tem conseguido preços maiores na moeda norte-americana, o que tem elevado a receita com as exportações.

O setor encerrou o semestre com aumento de 28,5 por cento na receita obtida com as vendas externas, para 4 bilhões de dólares.

Levantamento mensal da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), da última sexta-feira, mostrou um aumento de 23 por cento em junho no valor da tonelada da carne de frango in natura exportada, para uma média de 2.047 dólares, na comparação com o mesmo período do ano passado.

O setor mantém projeção conservadora de aumento de 3 a 5 por cento no volume exportado no ano, por conta da expectativa desaceleração nos próximos meses.

O volume exportado no primeiro semestre equivale a cerca de metade do que o setor embarcou em 2010, quando as exportações atingiram um recorde de 3,8 milhões de toneladas.

Turra observou que ainda não foi possível avaliar o impacto do embargo russo às processadoras localizadas em três Estados do Brasil.

"Até o dia 15 (quando entrou em vigor o embargo), os volumes exportados foram normais. Mas a decisão de reabrir este mercado é fundamental, porque a Rússia recebe 4 por cento do volume exportado (pelo Brasil)", afirmou Turra.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]