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Chupeta da Bubu Digital concorre a US$ 100 mil da Microsoft para ser produzida em escala | Divulgação/IFPB
Chupeta da Bubu Digital concorre a US$ 100 mil da Microsoft para ser produzida em escala| Foto: Divulgação/IFPB

Na boca do bebê, uma chupeta que pode salvar vidas. Criada por três estudantes paraibanos, a Bubu Digital se conecta a um aplicativo de celular, e informa a temperatura do corpo em tempo real. É uma forma de prevenir a febre que, por sua vez, é um alerta do próprio corpo quando alguma coisa vai mal, e há alguma doença a ser combatida. A ideia, que já recebeu prêmios nos Estados Unidos, é uma das 15 finalistas da etapa brasileira do Microsoft Imagine Cup, uma das maiores competições de tecnologia do mundo.

Na aparência, a Bubu é uma chupeta como outra qualquer. Internamente, ela é equipada com sensores de calor e um chip, que transmite para o celular informações sobre a temperatura bucal do bebê, que é bastante similar à temperatura corporal.

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Além da possibilidade de alertar quando esta temperatura sobe - sinal de febre - o app pode fazer um registro histórico de dados. Pode parecer irrelevante - saber qual era a temperatura da criança ontem, ou semana passada - mas é o que permite detectar febres pontuais, que veem de madrugada ou no meio da tarde, por exemplo, e logo desaparecem.

Criado por Adjamilton Júnior, Júlio Coêlho e Rychard Guedes, estudantes de engenharia elétrica do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), o Bubu Digital está em fase de protótipos. Significa que dois modelos já foram manufaturados para teste, mas nada em escala industrial.

Levou um mês para o projeto deixar de ser uma mera “boa ideia na cabeça” para virar realidade. Foi o tempo que a equipe teve para desenvolver um produto viável para o HackBrazil, maratona promovida pela Brazil Conference at Harvard & MIT. Faturaram o primeiro lugar.

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Na próxima etapa, de conseguir investidores para produzir em larga escala, o desafio da Bubu Digital é baratear o produto. Como o objetivo é fazer da chupeta uma arma na luta contra a mortalidade infantil, é preciso chegar às comunidades mais vulneráveis.

“Como a gente quer ajudar a reduzir a mortalidade, tem que deixar nosso produto acessível nas comunidades mais carentes, que é onde a gente percebe que tem mais ataque de doença, viroses, estes casos”

A taxa de mortalidade infantil caiu pela metade, no Brasil, do início do século até agora, segundo dados do IBGE. Mas ainda morrem, pelo menos, 13 crianças a cada 100 mil nascidas no país. Considerados os pequenos de até cinco anos, o número de mortes chega a 16 (para cada cem mil nascidos).

Preço pode ser barreira

Hoje, o protótipo da Bubu custa entre R$ 15 e R$ 20. Mas o produto ainda precisa ser aperfeiçoado. É preciso reduzir o tamanho, e encontrar um formato que facilite o crescimento dos dentinhos do bebê.

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Por um lado, a escala industrial deve baratear custos. Mas a incidência de impostos e os custos da operação de uma empresa entram na conta. No fim das contas, em uma estimativa bastante crua, a meta é não passar de R$ 50 a unidade.

Competir para promover a tecnologia

Criada em 2002, a Microsoft Imagine Cup envolve jovens do mundo todo, em uma competição tecnológica. Além de uma premiação em dinheiro, que chega a US$ 100 mil, os participantes têm a chance de amadurecer seus projetos e sair da competição com um negócio muito mais maduro.

Um exemplo é a brasileira eFitFashio, que foi campeã mundial do desafio, em 2015, com a proposta de um marketplace de roupas sob medida. Nesses dois anos, o produto passou por várias modificações, mas mantém seu propósito de vender roupas online com um propósito social (como as peças são feitas sob medida, é possível incluir pessoas que não contestam os padrões estéticos da moda).

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Foi na Imagine Cup que os estudantes deixarem de “enxergar o projeto com o viés acadêmico”, passando a se ver como uma startup, contou Juliana Perani, uma das fundadoras do marketplace, à equipe da Microsoft.

Finalistas brasileiros

Quinze projetos de tecnologia são os finalistas da etapa Brasil da Imagine Cup, que ocorre no mês de maio, em Fortaleza. Os dois primeiros colocados vão representar o Brasil na etapa global. O primeiro colocado vai participar da conferência de desenvolvedores da Microsoft, além de faturar US$ 100 mil e uma mentoria com o CEO da Microsoft, Satya Nadella.

Conheça os 15 finalistas:

SapiEns – UFRS (RS)

App que ajuda a otimizar o consumo de energia elétrica por meio de avisos instalados em dispositivos conectados à Internet. Alerta os usuários quando há luz acesa em cômodo vazio.

Team Bridge – USP (USP)

Game para dar suporte ao tratamento de fisioterapia de pessoas com limitações motoras graves. Pretende melhorar movimentos, cognição e vocabulário dos pacientes.

Vibeye – UFC (CE)

App para ajudar pessoas com deficiências visuais a se locomoverem, diminuindo o risco de acidentes. Um dispositivo e uma pulseira emitem informações do trajeto para o usuário.

UpFish – Unicamp + UFABC (SP)

Para tentar ampliar a oferta de alimentos, software monitora a produção de pescado em sistemas de aquicultura. Os produtores abastecem o sistema com dados variados.

BubuDigital – IF Paraíba (PB)

Fabrica uma chupeta que monitora a saúde de bebês por meio de sensores de temperatura e umidade.

Dreampper – Unitau (SP)

Rede social que segmenta os públicos de acordo com os interesses de conteúdo, eliminando repetições de informações. Pretende criar espaços qualificados para anunciantes.

Appoint – PUC MG (MG)

Plataforma que conecta clientes com serviços de entretenimento que exigem agendamento antecipado, por exemplo teatro, campos de futebol, paintball e cinemas.

Crown Brawl – IFPI (PI)

Jogo 3D que se passa na Idade Média, no qual desafiantes disputam entre si em batalhas no formato de arenas. Personagens seguem mapas de acordo com características pessoais.

Ensina.aí – UFPE (PE)

Serviço de ensino à distância para alunos com baixo poder aquisitivo. Conecta professores voluntários com estudantes de escolas públicas.

M.O.A.C.I. – UNIFOR (CE)

Gadget que monitora o consumo caseiro de energia elétrica e alerta a quantidade de consumo atingida através de apps web e mobile.

Apollo – Unicamp (SP)

Aplicativo para pessoas que querem aprender a cozinhar com o auxílio de uma assistente pessoal, sem precisar manusear o celular enquanto prepara a refeição.

Cod.cad – Faculdade Farias Brito (CE)

Plataforma online gratuita de ensino de programação competitiva. O objetivo é qualificar o ensino básico brasileiro, sendo uma ferramenta acessível de estudo.

Colec.te – UFPE (PE)

Separador de lixo automático que funciona com sensores que detectam os diferentes tipos de materiais recicláveis, usando recursos como reconhecimento facial e IoT.

Mete a colher - UFPE (PE)

Aplicativo que ajuda mulheres a saírem de relacionamentos abusivos. Oferece espaço para conversas, apoio jurídico e dicas de inserção no mercado de trabalho.

TeamEZCare – USP (SP)

App de gerenciamento de atividades de idosos, que oferece monitoramento aos usuários, com alertas para áreas de risco, casos de quedas, entre outras funções.

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