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Processo de análise de DNA em laboratório do Grupo São Camilo, desenvolvido dentro da UEM. | Divulgação/Grupo São Camilo
Processo de análise de DNA em laboratório do Grupo São Camilo, desenvolvido dentro da UEM.| Foto: Divulgação/Grupo São Camilo

Uma pesquisa feita pela Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior) em parceria com a consultoria McKinsey colocou a Universidade Estadual de Maringá (UEM) entre as dez universidades brasileiras com mais práticas empreendedoras. A instituição ficou na nona posição, com nota 5,87, e é a única representante do Paraná. Em primeiro lugar está a Universidade de São Paulo (USP) com nota 7,67.

Confira os critérios de avaliação

Para elaborar o ranking, a Brasil Júnior avaliou a cultura empreendedora, a infraestrutura, a internacionalização, o capital financeiro, a inovação e a extensão. Os dois últimos tópicos garantiram o bom resultado da UEM, segundo Eduardo Eiti, diretor do Núcleo de Empresas Juniores da instituição. “Nós temos uma cúpula de inovação bem desenvolvida e um número de projetos de extensão bem alto. Quem não está em alguma empresa júnior é incentivado a participar dos projetos de pesquisa com remuneração – os PIBICs”, afirma.

Resultados

Veja as universidades que tiveram as maiores notas :

Ranking nacional

1º - Universidade de São Paulo (USP): 7,67

2º - Universidade Estadual de Campinas (Unicamp): 6,91

3º - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio): 6,30

No Paraná

1º - Universidade Estadual de Maringá (UEM): 5,87

2º - Universidade Federal do Paraná (UFPR): 4,60

3º - Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR): 4,46

No quesito inovação, a universidade ficou em quarto lugar, posição garantida com os trabalhos feitos na Incubadora Tecnológica de Maringá. No espaço, os universitários encontram ferramentas para acelerar suas pesquisas e ideias (startups, por exemplo) a ponto de gerar produtos que vão trazer resultados para a comunidade.

O coordenador do grupo estratégico da Incubadora, Marcelo Farid, conta que todas as 20 empresas que funcionam no local já são inovações. “Para um projeto passar de uma ideia para inovação, ele tem que seguir todas as etapas até chegar no mercado, gerar riqueza, ter impacto na vida das pessoas”, afirma.

Ele conta que hoje mais de cem membros da universidade estão envolvidos na incubadora. E agora os projetos podem ser ainda mais promissores, com a construção do Parque Tecnológico de Maringá, coordenado pela UEM e inaugurado em novembro deste ano. A área tem mais de 14 mil metros quadrados e espaço para 50 empresas. Farid, que também é coordenador adjunto do programa de mestrado em inovação no núcleo da UEM (Profnit), afirma que essas práticas devem ser multidisciplinares, porque a inovação e o empreendedorismo podem ser aplicados em qualquer campo. Hoje, a estrutura trabalha em oito áreas, como biotecnologia, agropecuária, mecânica e novos materiais.

Outro foco são as atividades de extensão na universidade, que tem 49 programas de mestrado e 26 de doutorado. “Isso significa que muitas áreas vão sendo consolidadas com pesquisa e desenvolvimento e acabam resultando em produtos”, afirma o reitor da instituição, Mauro Luciano Baesso. A universidade já presta serviços para alguns setores da região e faz reuniões para criar parcerias entre pesquisadores e empresários, com o objetivo de fazer com que o conhecimento acadêmico seja absorvido na prática.

Incubadora ajudou na transição de pesquisador para empresário

A divisão de biotecnologia do Grupo São Camilo, especializado em medicina diagnóstica, foi uma das empresas fomentadas na Incubadora Tecnológica de Maringá. No início, em 2006, Karen Izumi Takeda de Sá e Valério Américo Balani eram mestrandos em biologia molecular e genética e faziam suas pesquisas no campus da UEM. A migração para a incubadora veio por acaso, como conta Balani. “Um dia um professor chegou com um punhado de penas do pássaro de estimação dele e pediu para a gente fazer o exame que descobre qual é o sexo da ave. Esse nem era o foco da nossa pesquisa, mas acabou virando um projeto de extensão. Outro dia, o professor Farid viu esse projeto e veio falar com a gente, disse que aquilo tinha que virar uma empresa”.

Quando entrou na incubadora, o grupo de pesquisadores era o primeiro de outra área – até então só havia projetos da área de tecnologia da informação. Balani conta que lá ele e seus colegas viveram a transição da visão acadêmica para a empresarial. “A gente tinha uma visão mais romântica do negócio, ninguém pensava em resultado financeiro, geração de emprego.”

Ele e seus colegas aprenderam sobre captação de recursos, divulgação e desdobramentos que a empresa poderia ter. As análises passaram por outras áreas da veterinária e chegou até os humanos. Muitos exames que antes eram enviados para laboratórios em São Paulo e Belo Horizonte começaram a ser realizados por eles. O grupo conseguiu, também com a ajuda da incubadora, montar uma parceria com o Grupo São Camilo e chegou a atender mais de 34 países. Hoje, a divisão de biotecnologia realiza cerca de 17 mil exames por mês – só no Brasil – e pretende abrir uma filial no Uruguai.

Atualmente, Karen Izumi Takeda de Sá e Valério Américo Balani atuam na direção de pesquisa e executiva da unidade de biotecnologia do grupo, respectivamente.

O que é o Índice de Universidades Empreendedoras?

A pesquisa realizada pela Brasil Júnior avaliou 42 universidades, escolhidas a partir do Ranking Universitário Folha e pré-avaliadas sobre questões como número de empresas juniores e programas de extensão. O objetivo é, segundo Kalil El Kadri, coordenador de Ecossistema Empreendedor na Brasil Júnior, mostrar como as práticas de empreendedorismo ajudam a universidade a desenvolver o papel que elas já representam na sociedade. “Acima do ranking, o estímulo que a gente quer dar é para que as universidades atuem como polo de cultura e desenvolvimento socioeconômico”, explica.

Kadri comenta que o empreendedorismo está presente em várias áreas, dentro da universidade. A ideia é que o índice colabore para que essas práticas se estendam e ajudem a desenvolver a sociedade por meio de práticas inovadoras, isso porque a universidade está inserida num ecossistema. “Por isso, quando mais diversificada ela for, melhor”, conclui.

Critérios de avaliação

Mais de 4 mil universitários responderam sobre itens que eles mesmos apontaram como importantes para que uma universidade seja empreendedora. Eles deram uma nota de 1 a 5 de acordo com a presença desses itens nos professores e alunos.São eles:

  • Inconformismo com a realidade e disposição para transformá-la
  • Visão para oportunidades
  • Pensamento inovador
  • Capacidade de realização
  • Coragem para tomar riscos
  • Curiosidade
  • Facilidade de comunicação das ideias
  • Sociabilidade
  • Criatividade
  • Planejamento
  • Apoio a iniciativas empreendedoras
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