• Carregando...
Alisson Sato, diretor da Qualinova, estuda formato para seu novo produto, que deve ser lançado até o fim do ano | Andre Rodrigues/ Gazeta do Povo
Alisson Sato, diretor da Qualinova, estuda formato para seu novo produto, que deve ser lançado até o fim do ano| Foto: Andre Rodrigues/ Gazeta do Povo

O design pode ser uma ferramenta importante para o empresário que precisa cortar gastos e não sabe como. Uma pequena mudança na embalagem do produto, por exemplo, pode ajudar a reduzir custos da produção e logística. Um caminho para buscar essas adaptações é sondar a opinião dos consumidores sobre aquilo que eles compram.

Cláudia Ishikawa, coordenadora de projetos do Centro Brasil Design, cita um exemplo que é mostrado a empreendedores interessados no programa Paraná Inovador pelo Design – que apoia empresários que buscam ampliar a competitividade por meio do design. Ela conta a história de uma fábrica que produzia catracas. O custo de produção de cada peça era de R$ 1.450, para um produto vendido a R$ 3,1 mil. Por mês, a empresa vendia 32 peças.

Com uma mudança em um mecanismo que faz a catraca girar, o custo para produzir a peça caiu para R$ 1,2 mil. "A alteração agregou valor ao produto, que passou a ser vendido a R$ 4,5 mil. As vendas também aumentaram, para 459 unidades ao mês. Com o design, é possível fazer um produto mais atraente e com custo menor", avalia.

É em busca desses resultados que o empresário Alisson Sato, diretor da Qualinova, empresa que faz bebidas vitaminadas, desenvolve mudanças no formato. Hoje seu produto tem alto valor agregado e para chegar a novos públicos a empresa está desenvolvendo a EcoTampa, como é chamado o protótipo.

A intenção é levar os mesmos nutrientes que a bebida pronta já oferece para aquele consumidor que vai passar a misturar o pó, com os componentes, em água mineral. "O custo da embalagem nesse formato é menor e torna a cadeia logística muito mais barata. Com isso, podemos trabalhar com preço menor e melhorar a margem. Estimamos que o custo deva ser reduzido, na comparação com a bebida pronta, em, no mínimo, 50%", explica Sato.

A consultora do Sebrae-PR Marielle Rieping aponta alguns cuidados com o uso do design para modificar o produto, como a funcionalidade, o posicionamento da empresa e o comportamento do consumidor. "Não adianta pensar no design sem pensar na funcionalidade, pois a embalagem deve ser de fácil manuseio. Além disso, se a mudança trouxer um novo posicionamento, como a sustentabilidade, por exemplo, toda a empresa deve absorver o conceito, não só aquele produto. O empresário deve lembrar ainda que um caminho para realizar mudanças é observar o comportamento do consumidor", conta.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]