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Originalmente dedicada ao e-commerce, loja de moda praia Zussen abriu as portas de sua primeira loja física em 2016. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Originalmente dedicada ao e-commerce, loja de moda praia Zussen abriu as portas de sua primeira loja física em 2016.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Mesmo com a economia em baixa e sem perspectiva de uma retomada nos próximos meses, abrir o negócio próprio está no plano de muitos brasileiros para 2017.

Quatro em cada dez pessoas no país já possuem ou estão envolvidas com a criação de uma empresa e empreender é o quarto maior sonho entre os brasileiros adultos, atrás apenas de ter a casa própria, viajar e comprar um carro.

Para quem quer tirar do papel o projeto de ter o negócio próprio, a boa notícia é que sempre é tempo de empreender para quem enxerga uma oportunidade de mercado.

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“Independente das circunstâncias econômicas, a pessoa pode empreender. O momento ideal é ela quem faz. É óbvio que em momentos de crise ele vai ter que olhar para os segmentos que tiveram menos impactos ou ir para uma área que conhece bem”, afirma a diretora-geral e sócia-fundadora do Grupo Bittencourt, Claudia Bittencourt.

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O consultor do Sebrae-PR Cesar Rissete afirma que o primeiro passo é enxergar oportunidades concretas. Ele orienta o futuro empreendedor a procurar nichos que estão sendo mal explorados e identificar se existe uma real demanda para aquele segmento.

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“Perceber o que falta no meu bairro ou o que no meu círculo de amizades é mal atendido. Dá para identificar isso em conversar com amigos e vizinhos”, diz Rissete.

Apostar nos segmentos mais resilientes à crise, como saúde e beleza, e aqueles que acompanham tendências, como alimentação saudável, também é um caminho menos arriscado. “O varejo foi bastante impactado pela crise, já o setor de serviços sofreu um pouco menos. Mas sempre há oportunidades no que traz mais comodidade para os clientes”, afirma Claudia.

O sócio da consultoria BA}Stockler Luis Henrique Stockler explica que abrir uma empresa no segmento que você já atuou como empregado facilita o caminho de quem está começando. A pessoa saberá quais são os fornecedores, os principais concorrentes e tem um ideia geral de qual é o perfil do consumidor.

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Mas, segundo Stockler, nada impede de entrar em novas áreas, desde que visualizadas oportunidades concreta. Nesse caso, o consultor recomenda procurar, por exemplo, uma franquia, que oferece um modelo de negócio consolidado e testado.

O próximo passo é fazer um estudo de mercado e traçar o plano de negócios. Analisar se há público potencial para aquele produto ou serviço na região em que se pretende trabalhar, identificar o comportamento do consumidor, listar os fornecedores, mapear os concorrentes e estabelecer uma meta de rentabilidade.

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Para quem ainda não começou a se planejar, Stockler orienta reservar o primeiro semestre do próximo ano para fazer o estudo de mercado e escrever o plano de negócio. “No segundo semestre de 2017, já devemos ter mais claro como será a economia, para onde vai a demanda”, resume o especialista.

Já quem vai começar o ano empreendendo ou acabou de abrir o negócio próprio, Claudia recomenda seguir o plano de negócios em 2017 e buscar mais capacitação. “Capacitar a equipe, primar pelo atendimento de qualidade e se capacitar, fazendo cursos técnicos e de gestão são importantes nos primeiros passos do negócio”, orienta a consultora.

Empresas devem cortar custos e fazer investimentos que tragam margem em 2017

A estilista e empresária Flávia Bertolotti escolheu o fim de ano de 2016 para abrir a primeira loja física da sua marca curitibana de roupas de moda praia chamada Zussen. Ela atua com e-commerce desde 2009 e sentia falta de ter contato mais próximo com os clientes para entender quais eram as principais demandas. Também precisava ampliar a visibilidade da marca.

“Para as pessoas chegarem até o e-commerce, você precisa ter uma marca conhecida”, diz Flavia.

A decisão de abrir a loja física aconteceu após a empresa dobrar de tamanho com o lançamento da linha couro há dois anos. “Eu já fazia as peças para mim e minhas clientes mais próximas começaram a pedir também”, diz Flávia. Esse movimento levou a empresa a aumentar o faturamento e, com o dinheiro que entrou, a empresária pode colocar em pé o plano de ter a loja física. Já há planos, inclusive, de abrir a segunda unidade, em um shopping de São Paulo.

Flávia Bertolotti abriu uma loja física de moda praia.Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Incrementar a linha de produtos é uma das estratégias que os negócios que já estão no mercado podem adotar para crescer em 2017. “Você tem dois caminhos: vender a mesma coisa para mais gente ou vender novos produtos para quem já é o seu cliente”, afirma o sócio da consultoria BA{Stockler Luis Henrique Stockler. “O segredo é fazer investimento que te tragam margem”, completa.

Reduzir custos e despesas também deve estar no radar dos empresários. “É possível renegociar com fornecedores melhores prazos, esticar o financiamento quando os juros começarem a cair, melhorar processos para ganhar em eficiência e encontrar pontos [de venda] em melhores condições”, resume Cesar Rissete, consultor do Sebrae-PR.

O gerente nacional da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae, Enio Pinto, acrescenta que inovação e melhoria da gestão são questões-chaves para superar dificuldades em qualquer tempo. “Inove, mesmo que seja um produto ou serviço de sucesso. Invista sempre na formação empresarial e seja fiel aos seus valores e aos do seu negócio”, orienta.

Dinheiro

Com a taxa Selic em 13,75% ao ano, os juros para financiamento no Brasil estão em alta. Enquanto o Banco Central não reduz significativamente a taxa, consultores de negócio recomendam que as pessoas que querem abrir um negócio próprio em 2017 evitem financiamentos ou optem por linhas mais baratas, como de instituições de fomento. Uma alternativa é usar capital próprio, dinheiro que pode vir de reservas pessoais ou de descapitalização.

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