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Patrícia Wassmer, sócia da SuperGeeks Curitiba: meta é matricular 70 alunos no primeiro semestre deste ano. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Patrícia Wassmer, sócia da SuperGeeks Curitiba: meta é matricular 70 alunos no primeiro semestre deste ano.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Mesmo sem qualquer experiência com empreendedorismo, a educadora Patrícia Souza Cobbe Wassmer enxergou uma oportunidade de negócio em 2015 ao pesquisar escolas que pudessem ensinar sua filha de 12 anos, fã do game Minecraft, a programar os próprios jogos de computador. Um levantamento rápido na internet mostrou que Curitiba não tinha nenhuma instituição especializada na linguagem de programação para crianças e adolescentes.

A busca retornou uma única escola que atendia exatamente ao perfil que Patrícia procurava, mas a quilômetros de distância daqui: a SuperGeeks, o primeiro centro de programação e robótica dedicado ao público infanto-juvenil, com sede em São Paulo. Fundado pelo programador e aficionado em tecnologia (geek, na expressão em inglês) Marco Giroto em 2014, o colégio tinha cinco unidades em funcionamento (quatro no estado de São Paulo e outra em Brasília) e havia acabado de formatar o seu modelo de franquia, com um plano audacioso de expansão para outras 11 cidades do país.

A educadora não pensou duas vezes. Entrou em contato com Giroto e em junho do ano passado já estava em São Paulo participando de um treinamento para abrir a franquia na capital paranaense. A busca despretensiosa no Google resultou na realização de um projeto pessoal, com a inauguração da unidade Curitiba da SuperGeeks, há duas semanas.

“Sou formada em Letras-Português e já atuo há 19 anos em sala de aula, mas estava em busca dessa nova visão do processo de educar. A programação é a linguagem do século 21 e será, sem dúvida nenhuma, um diferencial no futuro das nossas crianças”, diz.

Patrícia investiu R$ 200 mil na montagem da escola na sobreloja de um prédio comercial do bairro Batel, com a instalação de computadores e outros equipamentos de última geração. Dois professores com formação em Ciência da Computação e especialização em jogos digitais foram contratados e treinados na matriz paulista. O tempo estimado de retorno do investimento é de dois anos.

A meta é matricular pelo menos 70 alunos nesse primeiro semestre. A divulgação ocorre basicamente por meio das redes sociais, principalmente na página oficial da franquia no Youtube. Segundo a empresária, a resposta tem superado as expectativas. “Fizemos uma panfletagem na região e a procura vem sendo muito grande. Tem um pai que veio de Santa Catarina para matricular o filho”, conta.

Todos os alunos fazem uma aula-teste antes de iniciar o curso, para saber exatamente qual o nível de conhecimento e para qual turma vai. Cada sala tem de sete a 12 alunos. Segundo Giroto, eles recebem noções básicas de programação e aprendem a desenvolver jogos, aplicativos, robôs e sistemas, entre outros, utilizando ferramentas e linguagens profissionais.

Expansão

Hoje, a rede SuperGeeks está com mil alunos matriculados no país, mas a meta é chegar a 5 mil até o final do semestre. O plano de Marco Giroto, criador da franquia, é chegar ao início do ano que vem com cerca de 70 unidades da escola espalhadas pelas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Norte. Outras 20 devem ser abertas no segundo semestre deste ano e mais 30 em 2017. “Já estamos com vários contratos assinados”, explica. Para ter uma franquia SuperGeeks, o empreendedor precisa investir de R$ 150 mil a R$ 200 mil, dependendo do tamanho do imóvel e da localidade que escolher. “Nesse valor já está incluso tudo: taxa de franquia, marketing inicial e capital de giro.”

Curso completo dura 4 anos e meio, mas existem opções mais rápidas

Voltado a crianças e jovens de 7 a 16 anos, a SuperGeeks oferece um curso regular de seis meses e cursos rápidos de um mês. O programa completo dura nove fases (quatro anos e meio), cada uma dividida em 16 aulas de uma hora e meia, uma vez por semana.

Ao fim de cada semestre, o aluno é avaliado e desafiado a preparar um jogo e mostrar aptidão para ascender à próxima fase. Nas modalidades mais curtas (quatro aulas, uma vez por semana), são três opções: programação no Minecraft; criação de games; e robótica.

Com material didático próprio, a escola utiliza linguagem lúdica para prender a atenção dos jovens com a ajuda de metodologias como game learning (aprendendo com jogos), gamification (seja um personagem dentro de um jogo) e storytelling (aprendendo com histórias em quadrinhos).

“A maior dificuldade de trabalhar com crianças é que elas se dispersam muito. Em compensação, são muito dedicadas quando conseguimos despertar o interesse delas. Esse é o objetivo das nossas metodologias de ensino”, explica o instrutor de programação Renato Araújo Lima.

Os programadores mirins recebem ainda noções de empreendedorismo e são estimulados a empreender com os games e aplicativos que desenvolveram. Eles podem criar suas próprias startups de tecnologia e encubá-las dentro da SuperGeeks.

O curso regular custa cerca de R$ 1.600 por semestre, mais taxa de R$ 350 do material didático (cinco apostilas).

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