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Karin Lima, franqueada da agência de turismo Poltrona 1 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Karin Lima, franqueada da agência de turismo Poltrona 1| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Pensando em driblar a crise, algumas franqueadoras apostam em estratégias de crescimento arrojadas, com redução de taxas, parcelamento e até a disponibilidade de formatos mais enxutos, que geram menos custos para o franqueado. “Há três anos, vender franquia estava fácil. Hoje, a história é diferente. Muitos franqueadores estão aceitando coisas que não aceitariam antes”, afirma Paulo Ancona, diretor da consultoria Vecchi Ancona, especializada no segmento.

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Quatro marcas que estão investindo em formatos reduzidos

Vivenda do Camarão

Inspirada no sucesso de seus restaurantes, a marca lançou no final do ano passado um modelo de microfranquia que explora a venda de frutos do mar pela internet. Por meio de uma plataforma de e-commerce, o franqueado Vivenda em Casa tem a possibilidade de vender pratos congelados prontos, sobremesas e frutos do mar frescos, fornecidos pela própria franqueadora.

Los Paleteros

A marca de paletas mexicanas atualmente apostatambém em três novos modelos de negócio reduzidos: food truck, delivery e vending machine. Os dois últimos se encaixam no formato de microfranquia, já que a máquina automática de paletas custa a partir de R$50 mil, mesmo valor do investimento inicial do modelo delivery.

iGui Piscinas

A franquia brasileira de maior atuação no exterior inovou no formato oferecendo um modelo que envolve a oferta de acessórios e serviços de manutenção para piscinas. O investimento é menor e o custo de manutenção da franquia é mais baixo, já que o serviço é prestado na própria casa do cliente.

Lovebrands

A Lovebrands investiu em um formato que une três marcas em uma mesma operação: Imaginarium, Puket e Baloné. Neste caso o franqueado já compra as três juntas com um investimento mais baixo, maiores chances de rentabilidade e um mix de produtos diversificado de três marcas reconhecidas nacionalmente.

Nesse cenário, o formato de microfranquia, que exige investimento de até R$ 80 mil e é oferecido hoje por 433 marcas, de acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), se apresenta como o mais atraente. Além do baixo investimento, o que caracteriza este modelo é que não se exige ponto comercial, podendo ser trabalhado até mesmo na casa do franqueado.

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Segundo o diretor de inteligência de mercado da ABF, Claudio Tieghi, a oferta de microfranquias faz parte dos planos de expansão das redes para 2016, que apostam em modelos mais compactos. A concorrência para encontrar novos compradores no mercado – existem mais de 3 mil marcas de franquias no país – e a situação econômica são as principais dificuldades que motivam a criação das microfranquias.

Cautela

Porém, não é porque o investimento cabe no orçamento que o empreendedor deve perder a cautela na hora de escolher uma franquia. O problema, segundo o consultor do Sebrae-PR e do site Franqueador.com, Erlon Labatut, é que muitas franquias nascem sem a correta estruturação e o planejamento necessário. “Por um lado a estratégia é boa porque o franqueador busca meios para viabilizar o negócio, mas muitas vezes são modelos não testados realmente,” afirma.

Empreendedores que investem neste tipo de negócio buscam riscos menores, já que a base de uma franquia é a réplica de um modelo de negócios que já obteve sucesso. No entanto, existem marcas que se tornam franquias a partir da empolgação com o sucesso de uma unidade, e são as primeiras vendas que mostram se o formato é viável ou não. “Quando o empreendedor compra uma franquia, ele acredita que aquele modelo já foi testado e aprovado”, diz Labatut. “Em alguns casos reduzir o custo pode ser uma estratégia bacana, mas, na maioria, é apenas a tentativa de correção de erros cometidos no desenvolvimento do negócio.”

De acordo com o consultor, para haver um crescimento sustentável, o franqueador precisa mapear os lugares aonde realmente o negócio é viável. “Crescimento e viabilidade caminham juntos. Não há nada de errado em crescer com unidades menores e formatos de franquia reduzidos, desde que haja um planejamento bem executado,” comenta.

Cheque os passos para ser um microfranqueado

A motivação para investir em um negócio neste formato, no entanto, pode ir além do custo. Para Karin Lima, franqueada da agência de turismo Poltrona 1, a independência e a flexibilidade de horários também fizeram a diferença para a escolha da microfranquia. “Queria empreender um negócio que não precisasse de funcionários e dependesse apenas do meu trabalho,” afirma. O bom histórico da franqueadora e o suporte oferecido ao franqueado, junto do custo mais baixo foram os motivos que a levaram a optar por este modelo.

De acordo com Labatut, antes de assinar o contrato e assumir um compromisso com a marca, todo empreendedor que quiser se tornar um microfranqueado deve solicitar o Circular de Oferta de Franquia (COF), documento obrigatório para franqueadores. “Todas as informações necessárias para o franqueado estão ali: taxas, vínculo com a franquia, tempo de duração do contrato, suporte, treinamento, entre outra informações relevantes,” explica Labatut.

Entre as informações presentes no documento está também a lista de atuais franqueados da marca, incluindo aqueles que desistiram do negócio nos últimos doze meses. Ou seja, o investidor pode entrar em contato as pessoas que saíram para entender os motivos e avaliar se vale a pena ou não seguir na negociação. “Conferir este documento é um direito que o empreendedor tem, mas muitos não conferem por desconhecerem esta possibilidade,” finaliza.

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