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Equipe da Neomode, vencedora do hackathon da L’Oréal. Da  esquerda para direita, Daniel Koleski (designer), Fabíola Paes (especialista em varejo), João Felipe (desenvolvedor mobile), Carlos Balsalobre (desenvolvedor web). | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Equipe da Neomode, vencedora do hackathon da L’Oréal. Da esquerda para direita, Daniel Koleski (designer), Fabíola Paes (especialista em varejo), João Felipe (desenvolvedor mobile), Carlos Balsalobre (desenvolvedor web).| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Com computadores em mãos e várias ideias em mente, dezenas de jovens se reúnem para programar soluções em softwares em eventos conhecidos como hackathons. O termo, oriundo do universo da tecnologia, faz jus ao universo nerd ao definir maratonas com duração de 24 horas ou mais em que diversos hackers se juntam em um mesmo ambiente para desvendar códigos e competir entre si.

Bom para os dois lados

Entenda como funcionam as maratonas de programação:

hackathon

O que é

Maratonas de programação com 24 horas ou mais de duração para desenvolvimento de protótipos e soluções de problemas.

Quem promove

Desde grandes companhias, como GE e Ambev, até pequenas empresas, como Viação Garcia, e prefeituras.

Quem pode participar

Normalmente, jovens empreendedores, desenvolvedores, programadores e designers.

Como funciona

Os participantes recebem um desafio e formam equipes multidisciplinares para criar e validar um protótipo. Depois, apresentam a ideia para executivos.

Vantagens

Para os participantes

Acesso a executivos e investidores.

Mentorias.

Visão mais ampla de gestão.

Troca de experiências.

Conhecer profissionais de diferentes áreas.

Resolução de conflitos.

Acompanhamento de novas tendência de mercado.

Para empresas

Resolução de problemas pontuais.

Geração de insights.

Aproximação do universo empreendedor.

Fomento à inovação .

Recrutamento.

Desenvolvimento de novas soluções.

Parcerias com startups.

O ambiente, à primeira vista, pode parecer estranho para quem está acostumado com negócios tradicionais. Jovens sem dormir, vidrados em telas de computadores e movidos a energéticos são comuns nessas jornadas. A cena, não à toa, é também vista em startups, empresas iniciantes de base tecnológica que rodam com equipes enxutas e precisam crescer em escala exponencial.

As similaridades entre startups e hackathons levaram os dois ambientes a se fundirem. Hoje, startupeiros são figurinhas carimbadas em maratonas tecnológicas. As jornadas, antes restritas ao universo nerd, ganharam uma pegada empreendedora. De lá, saem desde protótipos até novas startups.

Grandes companhias mais atentas à inovação, como Ambev, General Electric (GE), Microsoft e L’Oréal, começaram a promover maratonas com o intuito de se aproximar do universo empreendedor ao mesmo tempo em que tentam descobrir novas soluções e talentos. “A sociedade está evoluindo para um caminho em que as respostas estão vindo de lugares não explorados”, diz Felipe Rizzo, diretor de soluções da GE Healthcare para a América Latina.

O primeiro hackathon da divisão de saúde da GE no Brasil aconteceu no ano passado e reuniu mais de 60 pessoas. O desafio era apresentar propostas para aprimorar a integração dos serviços de atendimento na desospitalização e a eficiência em todo o âmbito hospitalar. Do desafio, saíram duas ideias vencedoras que devem ser implementadas no mercado, mas, nas palavras do diretor da GE, “não se deve mensurar o sucesso de um hackathon pelo resultado do protótipo”.

Rizzo se refere à interação, apontada como a principal vantagem dos eventos. “Nas primeiras três perguntas que o executivo da GE nos fez, percebemos que teríamos repensar a ideia”, conta Fabiano Teodoro, um dos vencedores da maratona da General Electric.

“Até então eu era um programador de sistemas. Ali eu virei um empreendedor”, diz Carlos Balsalobre, integrante da Neomode, empresa vencedora do hackathon da L’Oréal. A solução desenvolvida foi um aplicativo para a marca de cosméticos Maybelline que integra os canais de venda off-line e on-line. A ferramenta está sendo aperfeiçoada pela companhia e deve entrar no mercado já no próximo mês.

Marcelo Anton, que venceu um hackathon voltado para o varejo ocorrido dentro de um shopping em Ponta Grossa, concorda que as conexões realizadas incrementam o conhecimento dos participantes. “Você vai de maneira despretensiosa e vê que consegue criar soluções capazes de ganhar mercado”, diz.

Ele fez parte da equipe que desenvolveu um software que traça o mapa de calor do movimento das pessoas em estabelecimentos comerciais, através de aplicativos que esses clientes instalam motivados por promoções.

Muitos participantes, inclusive, saem das maratonas contratados com a missão de plantar o espírito empreendedor dentro de companhias tradicionais. A Ambev admitiu três jovens que participaram do hackathon realizado no ano passado, que tinha como desafio melhorar a experiência dos consumidores da marca nos bares. “Vieram grandes insights”, resume Sérgio Vezza, diretor de TI da Ambev.

Dos protótipos, muitos vão ganhar mercado, outros se quer vão sair da versão beta. O único consenso é que os hackathons dão força ao ecossistema empreendedor – e dessa união fica mais fácil sair as tão desejadas inovações.

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