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Sócios da ThermoSub: pai deu empurrão para filhos e amigos abrirem negócio. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Sócios da ThermoSub: pai deu empurrão para filhos e amigos abrirem negócio.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A grande maioria dos universitários curitibanos dos cursos na área de negócios pretende empreender futuramente em busca de independência pessoal, mas ainda não o fez por falta de dinheiro ou por não se sentir preparada. É o que revela pesquisa da consultoria Brain realizada em dezembro do ano passado com 450 estudantes dos últimos anos dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Comunicação e outras graduações relacionadas.

INFOGRÁFICO: pesquisa mostra como os universitários encaram a opção de empreender

O estudo mostra que apenas 12% dos entrevistados não pretendem empreender, enquanto 88% têm intenção de abrir o próprio negócio – destes, 47% planejam a empreitada para breve e,41%, para um futuro distante (veja infográfico). Para a coordenadora regional da Endeavor no Paraná, Mariana Foresti, a situação econômica do país e os exemplos de sucesso têm influenciado os jovens a pensar no empreendedorismo como opção de carreira – esse interesse, segundo ela, se tornou mais forte nos últimos cinco anos.

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Entre os motivos citados pelos entrevistados para empreender estão a busca de independência pessoal (59%), uma melhor perspectiva de renda futura (39%) e a identificação de uma oportunidade de negócio (32%). Por outro lado, a a falta de dinheiro (63%)é apontada como o principal motivo para os projetos não terem sido colocados ainda em prática.

METODOLOGIA

A pesquisa da Brain foi realizada em dezembro com 450 pessoas em universidades públicas e privadas de Curitiba que estudavam em cursos na área de negócios, como administração, economia, contabilidade e comunicação. O estudo teve como objetivo identificar os potenciais empreendedores e traçar o perfil dessas pessoas.

Preparo

Apesar de 41% dos entrevistados afirmarem que pretendem abrir a empresa nos próximos dois anos e com investimento próprio, 46% dizem não estar preparados. O resultado é retrato, segundo o sócio da consultoria Brain Tadeu Araújo, de uma situação típica do ensino superior: a universidade prepara o jovem para ser um excepcional funcionário, enquanto a possibilidade de ser um empresário aparece apenas em segundo plano.

Outra barreira seria a ideia equivocada do que é de fato empreendedorismo. “É muito comum a pessoa imaginar que para abrir um negócio precisa ser algo diferente. Ela acha que empreender é fazer algo totalmente inovador”, diz Araújo.

Entre os entrevistados, 42% têm interesse em abrir uma empresa na área de serviços, enquanto 35% pensam no comércio e apenas 8% levam em conta negócios de base tecnológica.

Capital

Para Fábio Tadeu Araújo, sócio da consultoria Brain, o financiamento é uma opção saudável para quem não tem capital para abrir a empresa. “A taxa de juros para abrir um negócio é baixa”, diz o consultor. Para ele, as pessoas erram quando não pegam dinheiro suficiente para abrir e manter a empresa. “Depois precisam recorrer novamente ao banco, que irá cobrar juros mais elevados. O ideal é pegar dinheiro para começar e para o capital de giro tudo de uma vez”.

Pais empreendedores fomentam interesse dos filhos

Entre os universitários curitibanos que participaram da pesquisa da consultoria Brain, 31% possuem pais empreendedores, o que é visto como um empurrão para que esses estudantes sigam uma carreira que fuja da tradicional opção de ser um funcionário com carteira assinada.

É o caso dos sócios da ThermoSub, empresa de aquecedores de piscina à gás por imersão. O negócio começou quando João Luis Kesikowski, hoje com 57 anos, percebeu que a piscina de sua casa era muito pouco utilizada devido ao mau tempo curitibano. Ele, dono de uma metalúrgica, começou a pensar em uma solução para aquecer a piscina sem precisar quebrar o azulejo.

Enquanto desenvolvia o produto, incentivou sua filha Vivian e mais dois colegas dela – Robson Ishii e Ernesto Kischlat – a estruturarem o negócio. Na época, eles eram estudantes de Administração da Universidade Federal do Paraná. Em 2015, já formados, a equipe investiu R$ 200 mil de capital próprio para lançar o produto no mercado.

Com representantes comerciais no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, a empresa vendeu 60 aquecedores de piscina durante o primeiro ano. O plano para 2016 é expandir a área de atuação para outros estados, ampliar o leque de produtos e adquirir um terreno para montar a fábrica, hoje incubada junto à metalúrgica de João Luis.

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