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Plataforma quer criar o hábito da leitura em 12 minutos nos usuários |
Plataforma quer criar o hábito da leitura em 12 minutos nos usuários| Foto:

Imagine ler um livro por dia, todos os dias. É até possível, mas exige um bocado de tempo. O site 12 Minutos quer tornar isso prático e rápido, com versões microbooks de best sellers do mundo dos negócios e do desenvolvimento pessoal. O usuário leva cerca de 12 minutos para ler ou ouvir uma versão resumida da obra, por uma assinatura de R$ 24,90 mensais. 

"Simplesmente não existe tempo suficiente" para conciliar trabalho, família e aprendizado constante, argumenta Diego Gomes, fundador do 12min. Ao agilizar o processo, a plataforma torna mais eficiente os desenvolvimentos pessoal e profissional dos usuários. 

A ideia é permitir que as pessoas aproveitem os micro momentos do dia a dia, como trânsito, filas, entre reuniões para aprender ainda mais. 

Dezenas microlivros já estão disponíveis na plataforma, em categorias como empreendedorismo, liderança, investimentos e bem estar. Entre eles uma boa lista de best sellers, como O Poder do Hábito, de Charles Duhigg, A Revolução do Sono, de Ariana Huffington; e A Arte da Guerra, de Sun Tzu.

Fiz um teste com o popular Freakonomics, que originalmente tem 360 páginas. Em 9 minutos e 32 segundos, foi possível apreender que:

As pessoas se guiam por incentivos, mesmo que tenham que trapacear para isto. Pessoas com dinheiro e boa educação são mais propensas a terem filhos bem sucedidos (mesmo que elas não sejam bons pais e mães). O monopólio da informação é sinônimo de poder (e é por isso que os corretores imobiliários se davam bem antes da internet, porque mais ninguém sabia dos valores dos imóveis). Traficantes só ganham bem quando estão no topo da pirâmide, ao contrário do que pensa a sabedoria popular. Ah, e os saberes populares nem sempre correspondem com a realidade. As vezes eles são mera invenção de pessoas com credibilidade.

Além da versão em texto, algumas obras estão disponíveis no 12min em áudio-livro.Muitos títulos foram escolhidos pela lista de mais vendidos da Amazon e por indicação da própria equipe. Atualmente, a wishlist - em que os usuários votam nos livros que querem ver produzidos - tem embasado muitas das escolhas. 

Como funciona 

O 12min funciona por assinatura. O usuário paga um valor mensal (R$ 24,90) e tem acesso ilimitado à biblioteca, tanto aos títulos antigos quanto lançamentos semanais.

Navegando pelas categorias, o usuário adiciona livros à sua biblioteca pessoal. Os microlivros podem ser lidos no próprio site ou no aplicativo (disponível para Android e iOS), além de serem enviados para o Kindle.

É possível “grifar” trechos preferidos. As partes selecionadas ficam arquivadas na opção “minhas citações”.

Quem quiser conhecer a plataforma deve fazer a assinatura, informando cartão de crédito. Há um prazo de 3 dias de testes. Além disso, o usuário têm 30 dias para decidir se vai assinar ou não o serviço. Passado este período, é preciso se fidelizar por 12 meses (leia mais sobre a estratégia de assinaturas anuais abaixo).

Novas formas de consumo 

Não é pretensão da 12min substituir o bom e velho livro, seja ele físico ou eletrônico. Mas reconhecer que há novas formas de consumo de conteúdo. E que a produção editorial pode entrar nessa onda. 

Um exemplo é o boom das stories. Vídeos de 10 segundos, que expiram após 24 horas, ofertados por aplicativos como Snapchat e Instagram, são cada vez mais populares. Não só entre adolescentes. Pessoas de todas as idade consomem estes produtos. Redes de televisão e portais de notícia hoje produzem conteúdo específico para estes canais. 

Esses novos produtos, ultra rápidos, não substituírem a leitura de textos longos, na internet. Pelo contrário. Tem crescido o interesse por plataformas de "slow journalism", com grandes textos de análise (esse que escrevemos sobre a "morte das startups", por exemplo, leva pouco mais de 7 minutos para ser lido). Apenas são coisas diferentes. 

Criar novos hábitos 

Diferente de serviços como Netflix e Spotify, que cobram mês a mês, a 12min só tem assinaturas anuais. Embora isso possa espantar consumidores eventuais, a startup acredita que esta seja a melhor maneira de formar de criar hábitos duradouros. Isto porque 

As pessoas que assinam o 12' sabem que não estão assinando uma plataforma de entretenimento. O 12minutos é puro conhecimento, técnica estratégia. A galera que lê o 12' se sai melhor em entrevistas de emprego, em reuniões de negócios e na gestão da sua própria empresa.

Por isso a assinatura não é exatamente barata. O valor, de R$ 24,90, é só três reais mais barato que o pacote padrão da Netflix. A startup argumenta que não quer conquistar novos clientes “a qualquer preço”. E sim ter assinantes comprometidos em usar, de fato, o serviço.

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