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Estrutura do projeto Young Americans Bank fica no Colorado, EUA. | Reprodução/Facebook
Estrutura do projeto Young Americans Bank fica no Colorado, EUA.| Foto: Reprodução/Facebook

“Quem quer ser milionário?” O Young Americans Bank acha que nunca é cedo demais para pensar no assunto. Especializado em empréstimos a crianças, o banco do Colorado (EUA) lança a pergunta em seu site, com a foto de um rapaz de terno jogando notas de dólar para o alto.

A clientela vai de recém-nascidos (dá para abrir poupança em nome dos bebês) a jovens de até 22 anos. E mesmo quem não tem altura para apertar o botão do elevador pode sair com dinheiro de lá.

Hoje, o banco tem 17 empréstimos que somam US$ 46,5 mil (R$ 161 mil), que financiam negócios como uma banca de limonada em feira. A motivação inicial de Jack Bonneau, 10, ao abrir a banca era juntar dinheiro para comprar o Lego “Guerra nas Estrelas - Estrela da Morte”. Hoje, ele possui uma rede de bancas de limonadas.

As condições dos empréstimos são analisadas caso a caso. A taxa de juros gira em torno de 6% ao ano. No Brasil, a taxa básica, a Selic, está em 14,25% ao ano.

Normalmente, as crianças precisam deixar garantias de que quitarão a dívida. Às vezes são bicicletas, computadores e até animais de estimação – nenhum bichinho, porém, precisou ser tomado pelo banco até agora. Apenas residentes do Colorado podem pleitear um empréstimo do banco, que faz parte de um projeto de educação financeira que tem até uma minicidade para as crianças praticarem o que aprendem. Se um brasileiro morar lá, também pode.

Os caçulas, por ora, são os Bicycle Brothers, dois irmãos que, aos 4 e 6 anos, pediram US$ 400 (R$ 1.390) para comprar 15 bicicletas velhas, peças usadas e ferramentas. Após uma recauchutada, os modelos foram doados para crianças carentes.

A bem da verdade, Conor e Chase, hoje com 7 e 9 anos, no começo tinham uma ideia menos filantrópica. Queriam abrir um serviço de táxi para os colegas, algo que dispensasse o rodízio de pais para os levarem à escola. “Mas meu pai alertou que os arranjos legais para conduzir menores seria bem difícil”, diz a mãe, a enfermeira Andrea Starlin, 47.

“É, vovô disse que carregar as crianças dos outros poderia causar problemas”, diz Chase. “Aí pensei em bicicletas, porque elas são outra forma de transporte e é mais legal com a natureza.”

Os irmãos querem agora exportar o conceito do projeto de doar bicicletas para crianças carentes. “Até para o Brasil e para a Etiópia. Queremos impactar o mundo.”

No entanto, para o próximo projeto, ainda indefinido, os irmãos esperam ter lucro com o negócio.

Mais velho que sua freguesia, o Young Americans Bank foi criado em 1987 por Bill Daniels (1920-2000), pioneiro no ramo de TV a cabo, para atender a ambição mirim.

“É para valer: um banco avalizado pelo Estado e segurado pelo Fdic [agência federal da área]”, afirma a porta-voz Latia Henderson. O banco também promove cursos de educação financeira.

Mesada

O First Kid Bank pode não ter a estrutura formal de um banco, mas o objetivo é o mesmo: ensinar a garotada a ser responsável com as finanças. Steven Chanin, 48, criou o aplicativo no qual pais são os “banqueiros” que administram a mesada dos filhos.

O sistema permite que as crianças inclusive emprestem dinheiro, e as partes que se entendam sobre a melhor forma de pagar o débito.

Aos cinco anos, a filha de Chanin o amolava para comprar coisas novas. “A gente dizia não, e ela insistia. Se aceitasse o ‘não’, não levaria o que queria. Se pedisse de novo e de novo, às vezes mudávamos de ideia.”

Diante do conflito, ele pensou no aplicativo para controlar uma mesada, transferindo à filha a incumbência de decidir se valia mais a pena economizar para uma boneca ou um vestido.

Oito anos depois, o First Kid Bank tem 15 mil famílias inscritas, segundo Chanin. Por ora, a custo zero, mas ele pensa em futuramente cobrar taxa de até US$ 20 (R$ 70) anuais. E agora também para o Brasil, já que, após entrevista à reportagem, Chanin adicionou o real entre as moedas disponíveis no aplicativo.

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