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O Sebrae pode se tornar sócio minoritário de pequenas e médias empresas inovadoras. De acordo com a diretora técnica do Sebrae nacional, Heloisa Menezes, a instituição foi convidada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para ser cotista de seus fundos de investimento em participações em empresas e deve tomar a decisão ainda este ano.

Os primeiros fundos que poderiam receber aporte do Sebrae são o Criatec, lançado pelo BNDES, que investe até R$ 5 milhões em empresas de base tecnológica e já apoiou 36 empresas.

Projeto-piloto

No passado, o Sebrae já fez aportes em fundos para companhias emergentes. Em 2001, a instituição aportou R$ 31,2 milhões em oito fundos de venture capital, administrados por cinco empresas. Ao todo, 72 empresas receberam investimentos dos fundos, como a plataforma de pagamentos Wappa e a empresa de serviços de tecnologia de informação DHC, vendida ao Uol. Só um dos fundos investiu em 12 empresas, sete delas tiveram sucesso e as demais provocaram perdas aos acionistas. “Foi um projeto-piloto. Algumas empresas foram bem e outras não. No fim, ficou no zero a zero – o que achamos positivo”, disse Heloisa. Desde então, a única iniciativa com apoio financeiro às empresas é o Sebraetec, programa que promove o acesso a desenvolvimento tecnológico das por meio da subvenção de serviços especializados para melhorar, por exemplo, a qualidade e a produtividade da empresa.

O outro é o Primatec, que nasceu do projeto Inova Empresa, da Finep, e prioriza investimentos nos setores de tecnologia de informação, economia criativa, energia e sustentabilidade.

Se ingressar nos fundos, o Sebrae ampliará seu papel de mentor de pequenas empresas para se tornar também investidor nas companhias.

“A concessão de capital de risco seria um complemento ao conjunto de iniciativas que o Sebrae já tem”, disse Heloisa, durante conferência sobre inovação da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), em Recife, na última terça-feira (25). O Sebrae tem como fonte de recursos contribuições sociais recolhidas pelas empresas brasileiras sobre a folha de pagamentos.

Segundo a diretora, os projetos inovadores envolvem um compartilhamento de risco entre o empreendedor e investidores.

“Inovação é risco. E hoje a realidade das pequenas empresas para inovar é usar capital próprio ou tomar um crédito caro”, afirmou. “É uma iniciativa positiva, que pode transformar pequenos e médios negócios”, afirmou Gerson Valença Pinto, presidente da Anpei.

Outras instituições, como BNDES, Finep e fundações de pesquisa, como a paulista Fapesp, já usam capital próprio para investir em empresas inovadoras.

Na prática, esses fundos se tornam acionistas das empresas e podem lucrar se o negócio se sair bem ou perder o valor investido se a empresa não vingar. É um investimento de risco.

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