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Quase um quarto das empresas fecha as portas em um ano

A pesquisa Demografia das Empresas 2008 revela que cerca de um quarto das 464,7 mil empresas brasileiras abertas em 2007 (23,9%) fechou as portas apenas um ano depois de serem criadas. Entre as companhias fundadas em quaisquer anos, 21,8% não conseguiram sobreviver em 2008. Segundo o IBGE, a taxa de sobrevivência de uma empresa apresenta uma relação direta com seu porte. Empresas maiores, com maior capital imobilizado, tendem a permanecer – entre aquelas com dez ou mais pessoas, por exemplo, a taxa de sobrevivência era de 95,7% em 2008.

Paulo Tadeu Graciano, consultor do Sebrae-PR, avalia como natural a porcentagem de empresas fechadas. "É um processo normal de depuração do mercado. Os menos competentes não se estabelecem e saem. Isso ocorre por uma série de fatores: inexperiência, falta de pesquisas de demanda e mercado potencial, escassez de capital de giro. Mas não é uma porcentagem que chega a assustar", define.

O setor de "comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas" tinha a maior quantidade de empresas entrando e saindo do mercado, seguido pela indústria de transformação. Já as atividades econômicas onde mais empresas sobreviveram um ano após começarem a funcionar eram as de educação, artes, cultura, esportes e recreação e eletricidade e gás.

Segundo o IBGE, entre 2007 e 2008 houve um saldo positivo no mercado, com maior número de entradas em relação ao número de saídas. Na comparação com 2007, cresceu em 4,1% o número de empresas (169,6 mil), em 5,7% o pessoal ocupado total (1,8 milhão) e em 6,4% o pessoal ocupado assalariado (1,6 milhão).

O número de empresas com dez ou mais empregados assalariados no país chegou a 371.610 em 2008, mostra o estudo Demografia das Empresas, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 8,3% (pouco menos de 32 mil) eram consideradas de alto crescimento – porcentual que, segundo o documento de divulgação da pesquisa, é tido "como elevado para os padrões internacionais".

Empresas de alto crescimento, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), são aquelas que, por um período de três anos, têm crescimento médio do pessoal ocupado acima de 20% ao ano, e pelo menos dez pessoas assalariadas no ano inicial de observação.

Para efeito de comparação, o IBGE cita os Indicadores de Empreendedorismo 2009 da OCDE, que situa as empresas de alto crescimento entre 3% do total (na Áustria e no Canadá) até 6% (nos EUA e na Espanha) entre os países membros do órgão.

Segundo Paulo Tadeu Graciano, consultor do Sebrae-PR, o crescimento destas empresas está relacionado com a posição que ocupam no mercado. "A empresa que está com oito ou nove funcionários já passou pelo período de ‘start’ e começa a avançar em seu setor. Tanto o gestor quanto os profissionais estão mais experientes. É diferente de uma empresa que acabou de nascer e ainda não se encontrou no mercado", diferencia.

Criação de vagas

O estudo mostra ainda a importância das empresas de alto crescimento na geração de empregos formais no Brasil. De acordo com a pesquisa, elas foram responsáveis por 2,9 milhões (ou 57,4%) dos 4,9 milhões de postos assalariados formais gerados entre 2005 e 2008. Em 2005, nas 30.954 empresas de alto crescimento, havia 1,6 milhão de postos assalariados formais. Em 2008, o número já chegava a 4,5 milhões, o que representa um crescimento de 173,7% em quatro anos. No mesmo período, o pessoal ocupado assalariado em todas as empresas aumentou 22,2%.

O IBGE revelou também que, em 2008, o Cadastro Central de Empresas tinha 4,1 milhões de empresas ativas, que ocuparam 32,9 milhões de pessoas, sendo 27 milhões como assalariadas e 5,9 milhões como sócios ou proprietários. Os salários e outras remunerações pagos no ano totalizaram R$ 434,7 bilhões, enquanto o salário médio mensal atinge R$ 1.269,82, o equivalente a 3,1 salários mínimos médios. O salário mínimo médio mensal no ano de 2008 foi de R$ 409,62. Já a idade média das empresas ativas era de 9,7 anos.

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