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A Daslu, marca que já foi conhecida como “Templo do Luxo” e acabou envolvida em um dos maiores escândalos de sonegação fiscal do país, tenta mais uma vez se reerguer. Com dívidas de R$ 85 milhões, a rede de lojas, que mudou de mãos no fim do ano passado, deu início a uma forte reestruturação e se prepara para virar franquia.

O controle da varejista de luxo foi adquirido por um grupo de investidores, entre eles o empresário baiano Crezo Suerdieck Dourado e o advogado Felício Rosa Valarelli Junior. O empresário, conhecido na Bahia como DJ Crezinho, é um dos herdeiros da família Suerdieck, que chegou a ser a maior fabricante de charutos e cigarrilhas do Brasil, mas acabou fechando as portas em 2000.

Comprador de empresas em dificuldade, Crezo é dono, desde o fim de janeiro, do jornal A Tarde, o maior do Nordeste.

Ele e o advogado aportaram R$ 11 milhões na empresa Moda Brasil, que, por sua vez, comprou 52% das ações da Daslu, controlada desde 2011 pelo Laep Investments. O fundo, do controverso empresário Marcus Elias, arrematou 100% da rede de lojas de luxo durante o processo de recuperação judicial e não conseguiu tirar a empresa da crise.

Em 2014, ele começou uma peregrinação no mercado em busca de investidores, mas a situação da Laep e de Elias - afastado do mercado financeiro pela Justiça sob acusação de ter realizado operações fraudulentas - dificultou o processo.

Hoje, a Daslu tem sete lojas - quatro em território paulista e as outras no Rio, no Distrito Federal e em Recife. Assim que assumiram o controle da rede, os novos donos, sócios da DX3 Investimentos, contrataram o executivo Elizeu Lima para reestruturar a operação.

Com passagens por empresas como Lojas Americanas, H.Stern e Vivara, Lima está na presidência da rede desde dezembro de 2015. “Os últimos três anos não foram fáceis para a Daslu”, diz o executivo. “Há muito o que fazer e o que enxugar.”

Em menos de dois meses, segundo ele, foram demitidos 40 funcionários, de um total de 180. Os contratos de aluguéis foram revistos e o escritório passou a ocupar o mesmo prédio do centro de distribuição. O próximo passo é diminuir o tamanho das lojas para uma área padrão de 200 m².

A ideia, segundo Lima, é que a maior unidade seja a do shopping JK Iguatemi, em São Paulo, com 300 m² - hoje, a área é cinco vezes maior.

O modelo de negócio também deve mudar. Além de franquear a rede, os novos donos pretendem trazer marcas internacionais para a loja - iniciativa que foi abandonada quando o fundo Laep assumiu a rede e passou a trabalhar apenas com a marca própria. “Não queremos trazer megagrifes, como na época da Eliana Tranchesi, mas marcas novas, que ainda não têm presença no Brasil”, diz Lima.

Nos próximos dias, a Moda Brasil vai acrescentar ao seu portfólio de marcas, a rede Thelure, da empresária Luciana Faria, neta do antigo dono do Banco Real. Com faturamento de R$ 25 milhões e altamente endividada, a rede tem duas lojas próprias e 14 licenciadas, que também devem ser convertidas em franquia.

“Há muitas oportunidades de negócio como essas no mercado de varejo”, diz Douglas Carvalho Jr., fundador da butique de fusões e aquisições Target Advisor, que assessorou a Daslu e a Thelure nos dois negócios. “O que temos visto são marcas fortes e consolidadas, que simplesmente têm operado no vermelho e caminham para a recuperação judicial.”

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