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Funcionários da Península Fertilizantes, em Paranaguá, estão montando um novo misturador de adubos que vai dobrar a capacidade de produção da empresa. Até o final de setembro, a máquina deve entrar em operação e com isso poderão ser misturados até 4 mil toneladas de adubo por dia. A ampliação é fruto da joint-venture que a Península formou com o Noble Group, de Hong Kong, e a MAS Trade Holding, holandesa, em março deste ano.

O grupo asiático entrou com a maior parte do investimento, US$ 4,3 milhões de um total de US$ 7 milhões. O acréscimo da produção servirá para abastecer principalmente o Centro-Oeste, onde o grupo Nobel tem parcerias com produtores. A intenção, a médio prazo, é fornecer adubo também para os países do Mercosul.

Investimentos diretos da China ou de outros países asiáticos ainda são raros no Paraná. O cenário mais comum é a empresa paranaense que busca produtos chineses, com preço bastante competitivo, para revendê-los no mercado interno. Muitos empresários interessados nesse tipo de negócio vão estar na Feira de Cantão (Canton Fair), que é promovida durante quase todo o mês de outubro. "Há muitos brasileiros indo para lá. De agulha a foguete, tem de tudo em Cantão", diz o diretor-executivo da CCIBC, José Carlos Bom de Oliveira. "Não há como fugir da China, que será a primeira economia do mundo em menos de duas décadas. Quem estiver fora do mercado chinês, vai estar fora do mercado mundial."

Além das entidades e câmaras que oferecem serviços para os empresários interessados em negócios com a China, há quem se vire sozinho. "Não há segredo. A gente conhece fornecedores na feira, faz visitas, verifica a qualidade do produto. Depois mandam amostras para nós, que aprovamos ou pedimos algum ajuste", conta o diretor comercial da Hidromar Indústria e Comércio, de Londrina, Jorge Henrique Fornasier. Em outubro ele participará pela segunda vez da Feira de Cantão. Ele compra peças para revendê-las no mercado interno. "Já tive experiências com a Itália, mas agora o preço da China é imbatível."

A participação dos brasileiros na feira é muito interessante, mas também pode ser prejudicial para a economia nacional. "Adotamos a pior estratégia para o Brasil, que é comprar produtos baratos e revendê-los", avalia Germano Vieira, do CIN. Para ele, os produtos importados da China, por serem baratos, ajudam a manter a inflação baixa no Brasil. "Mas isso não ajuda o nosso desenvolvimento e pode matar as nossas indústrias", pondera. (RF)

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