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Um único furacão poderia fornecer energia suficiente para todo o país por 50 anos. | Reprodução/Pixabay
Um único furacão poderia fornecer energia suficiente para todo o país por 50 anos.| Foto: Reprodução/Pixabay

Enchentes, falta de energia, desabamentos e pessoas desabrigadas. Esses são apenas alguns dos problemas causados quando furacões atingem grandes cidades, mas um engenheiro do Japão acaba de criar um mecanismo que promete extrair alguns benefícios da desastrosa passagem dessas tempestades. Atushi Shimizu inventou a primeira turbina de furacões do mundo, uma espécie de catavento que, com a força de apenas um furacão, conseguiria fornecer energia ao Japão por 50 anos. As informações são da CNN.

Antes do desastre nuclear de Fukushima, em março de 2011, o país planejava extrair da usina 60% de toda a energia primária que seria utilizada no país até 2100, de acordo com o site da CNN. Depois do terremoto e tsunami que matou 19 mil pessoas naquele ano, no entanto, três derretimentos nucleares na planta colocaram o plano por terra.

Veja vídeo que mostra os detalhes da turbina

Hoje, o Japão importa cerca de 84% de sua energia, de acordo com a Associação Nuclear Mundial, e muitos dos reatores nucleares do país encontram-se desativados, para evitar novos desastres. Ao mesmo tempo, esforços para utilização de energia eólica não foram bem sucedidos.

Para reverter esse quadro, Shimizu fundou a empresa de tecnologia ecologicamente correta Challenergy, levantando fundos suficientes para construir uma turbina “que é inquebrável”. Apenas neste ano, o Japão já foi alvo de seis furacões – por isso, o mecanismo promete ser muito útil no país.

Protótipo da turbina instalado na cidade japonesa de Okinawa.Reprodução/Challenergy

Funcionamento

Para fazer a turbina de furacões, a equipe do engenheiro realizou duas alterações fundamentais no design padrão de turbinas de energia. A primeira foi montar um eixo vertical omnidirecional (em múltiplas direções), que é capaz de suportar os imprevisíveis padrões de vento do Japão.

Em segundo lugar, incorporaram ao equipamento o efeito Magnus, que é uma força lateral que faz com que um objeto em rotação desvie de um alvo reto – o mesmo procedimento que acontece por meio do giro de uma bola de futebol durante a cobrança de um pênalti, por exemplo.

O efeito Magnus oferece um nível de controle sem precedentes sobre as lâminas da turbina. Ao apertar a haste central, os engenheiros podem ajustar a velocidade das lâminas para garantir que elas não vão sair do controle em uma tempestade.

Na última simulação da invenção feita pela equipe da Challenergy, em julho de 2015, o aparelho alcançou 30% de eficiência. Turbinas eólicas baseadas em hélice normalmente alcançam 40% de eficiência, mas não podem operar durante um furacão.

O primeiro protótipo da turbina foi instalado em julho deste ano, na cidade de Okinawa, e a equipe aguarda um furacão para testá-lo. “Eu quero instalar o nosso gerador de energia eólica no novo Estádio Nacional”, disse Shimizu à CNN, sobre a instalação que está sendo construída para os Jogos Olímpicos de Tóquio, que acontecerão em 2020. “Ou sobre a Torre de Tóquio, porque foi instalado um gerador de energia eólica na Torre Eiffel no ano passado, quando aconteceu a COP21 (Cúpula do Clima)”.

Colaborou: Cecília Tümler

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