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Grupo começou na área de energia, há 23 anos

A produção de panelas pela Alcast começou quase que por acaso. Em meados dos anos 1990, os irmãos Abelson e Elisandro Carles compraram uma pequena central geradora hidrelétrica em Francisco Beltrão. A ideia dos dois, que vêm de uma família dona de uma indústria de papel da região, era iniciar um novo negócio: a venda de energia.

A grande oferta de energia, no entanto, fez com que a iniciativa não prosperasse. A saída foi montar uma pequena fundição de alumínio, que iria absorver a energia gerada pela represa. A ideia era fornecer discos de alumínio para fabricantes de panelas que formavam um polo industrial situado na região. As vendas iam bem até algumas indústrias ficarem inadimplentes. O calote fez com que mais uma vez os irmãos tivessem de se adaptar. "Queríamos reduzir o risco da operação. Tínhamos poucos clientes e alguns não estavam conseguindo pagar", lembra Abelson. A saída, dessa vez, foi abrir uma pequena fabricante de panelas. A produção começou com 5 mil panelas por mês, em 2001, com a marca Panelux. Hoje a empresa faz 850 mil peças por mês e emprega 646 pessoas nas duas fábricas.

Quem faz

Fundação: 1997

Atuação: Brasil e dez países da América do Sul

Faturamento: R$ 108 milhões em 2012

Crescimento para 2013: 11%

Projeção de faturamento para 2015: R$ 300 milhões

Número de empregados: 646

Acionistas: Abelson Carles (50%) e Elisandro Carles (50%)

Por que faz bem feito: a empresa conquistou a liderança em panelas de pressão graças à combinação de escala, margens mais baixas, produção verticalizada e investimentos em qualidade

  • Panelux é a maior fabricante de panelas de pressão das Américas
  • Linha de produção da empresa em Palmas: nova classe média fez crescer as vendas da empresa nos últimos anos
  • Marca lidera mercado de panelas de pressão, com 30% de participação
  • Linha de panelas antiaderentes será ampliada em 2014
  • Empresa produz os próprios discos de alumínio usados na fabricação das panelas
  • A empresa investe na automatização das suas linhas de panelas. Objetivo é aumentar a produtividade
  • Trinta e dois robôs devem ser instalados até 2014
  • Fábrica de Palmas trabalha quase no limite da sua capacidade
  • Linha de frigideiras francesas
  • Empresa domina todo o processo de produção: da fundição e laminação do alumínio, realizada em Francisco Beltrão, até a fabricação das panelas, em Palmas
  • Fundição do grupo em Francisco Beltrão, no sudoeste do estado, de onde sai o alumínio que será usado na fabricação das panelas
  • Os irmãos Elisandro e Abelson Carles, que começaram a fabricar panelas há doze anos: investimentos na ampliação da fundição e laminação vão gerar negócios em novos setores, como o fornecimento de bobinas de alumínio para outros segmentos industriais
  • Ampliação a todo vapor: operários instalam novas máquinas na nova área da fundição
  • Funcionário trabalha na estufa e mantém o estado do alumínio
  • No começo do processo, o alumínio é fundido a 770 graus antes de ser laminado
  • Depois de fundido, alumínio é laminado em diversas etapas e por fim transformado em discos
  • Aplicação de antiaderentes nos discos de alumínio
  • Energia gerada por uma pequena central hidrelétrica própria, que fica ao lado da fundição, ajuda a manter os custos de produção mais baixos

Com escala, preços baixos e foco principalmente na classe C, os irmãos Abelson e Elisandro Carles transformaram uma pequena fábrica de Palmas, no Sul do Paraná, na maior indústria de panelas de pressão das Américas, com uma produção de 400 mil peças por mês. Em pouco mais de uma década, a Alcast, dona da marca Panelux, superou rivais de peso, como a Clock do grupo francês SEB, e hoje é dona de 30% de participação em um segmento que vende 1,2 milhão de unidades por mês no país. A empresa, no entanto, não quer parar por aí. O grupo se prepara para ampliar a produção, explorar novos mercados e mais que dobrar o faturamento nos próximos dois anos, para R$ 300 milhões.

SLIDESHOW: Confira fotos da empresa

Na área de panelas, a empresa vem colocando em prática a expansão da linha de utilidades domésticas, como frigideiras, caçarolas e assadeiras, que deve ficar pronta em 2014. O objetivo é dobrar a produção de itens antiaderentes, de 350 mil para 700 mil peças por mês, segundo Abelson Carles, sócio da empresa e diretor da unidade de Palmas. A produção de panelas de pressão deve passar de 400 mil para 500 mil peças por mês.

Boa parte do sucesso da empresa se deve ao domínio do processo de produção – desde a geração de energia, com uma pequena central geradora – até a produção dos discos de alumínio usados na produção das panelas. O processo é feito em duas cidades. A pequena hidrelétrica, a fundição e a laminação de alumínio funcionam em Francisco Beltrão, Sudoeste do Paraná. A produção de panelas fica em Palmas, mais ao Sul, distante cerca de 154 quilômetros.

Com isso, a panela de pressão Panelux consegue chegar ao ponto de venda com preços até 30% menores que as concorrentes, sem abrir mão da segurança. A empresa foi a primeira a receber certificação do Inmetro e aproveitou o aumento do consumo da classe C. "Posso dizer que a gente esteve, nos últimos anos, no lugar certo e na hora certa", diz Abelson.

Para manter taxas de crescimento de dois dígitos, há dois anos, a empresa também passou a desenvolver uma nova marca premium, a 3D, voltada principalmente para as classes A e B (do Brasil e do exterior). A Alcast já exporta para 10 países, mas a ideia é dobrar a participação das vendas externas na produção – de 5% para 10% dentro de dois anos. Também vem desenvolvendo uma panela de pressão que faz frituras, que deve chegar ao mercado em 2014.

Os dois irmãos vivem um momento decisivo na empresa, que hoje ocupa quase que 80% da capacidade e precisa aumentar a produtividade para fazer frente à chegada de novos concorrentes, principalmente chineses. Para isso, a linha de produção em Palmas vem aumentando a automatização – recentemente a empresa adquiriu 32 robôs – e um dentro de distribuição em Curitiba está sendo estudado. A Alcast também não descarta criar uma unidade de logística e instalar uma fábrica no Nordeste. "Já somos a maior em panela de pressão. Agora queremos brigar pelo segundo lugar na fabricação total de panelas no país", diz.

Fundição vai quadruplicar produção, de olho em novos mercados

O barulho do bate-estaca virou uma constante na fábrica da Alcast em Francisco Beltrão, onde funcionam a fundição e a laminação de alumínio da empresa. Ao lado da atual unidade está sendo erguida uma nova estrutura, que vai mais que quadruplicar a capacidade de produção – para algo próximo de 3 mil toneladas por mês – e permitir à empresa atender novos mercados.

A principal novidade é que a Alcast vai produzir bobinas de alumínio para outras empresas, como encarroçadoras de ônibus e refrigeração, dentre outras, segundo Elisandro Carles, responsável por essa divisão da empresa. A obra deve estar concluída até o fim do ano. Cerca de 1 mil toneladas serão transformadas em discos para fazer frente ao crescimento da produção de panelas e 2 mil serão destinadas para o novo mercado.

A novas máquinas estão sendo adaptadas para o projeto, de cerca de R$ 30 milhões. Outros R$ 25 milhões estão sendo aplicados para aumentar a capacidade da central geradora de energia do grupo, que fica ao lado, no Rio Santana e que fornece energia para a indústria. "É um projeto autosustentável" diz Elisandro.

Panelux

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