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Em 2015, a Tecverde montou 800 casas. Neste ano, foram 1.500. A expectativa é que 2017 feche com 3 mil unidades construídas | Divulgação
Em 2015, a Tecverde montou 800 casas. Neste ano, foram 1.500. A expectativa é que 2017 feche com 3 mil unidades construídas| Foto: Divulgação

“Isso aqui não é uma fábrica, é uma oficina de fundo de quintal”, dizia o engenheiro alemão que daria a consultoria à recém-formada Tecverde, enquanto chutava um dos maquinários improvisados montados pelos três jovens empresários paranaenses Caio Bonatto, Beto Justus e Lucas Maceno, todos ainda universitários. Isso foi 2009. Sete anos depois, a empresa de tecnologia para construção é uma máquina de ganhar prêmios de inovação e gestão justamente por lapidar o impulso juvenil, apostar na criatividade e compromisso com eficiência. Um deles, o Bem Feito no Paraná (na categoria Pequenas e Médias Empresas).

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“Precisávamos de R$ 10 milhões para abrir a fábrica. Fizemos com R$ 200 mil. Tínhamos uma semana para produzir uma casa de 200 metros quadrados [pelo método wood frame, que usa perfis e chapas de madeira pré-montados e é uma alternativa à alvenaria convencional]. Era no boom da construção civil. Metade das pessoas que iriam para trabalhar naquele dia não apareceram. Colocamos a mão na massa com os parentes. Conseguimos construir a casa”, relembra Caio Bonatto, CEO da empresa paranaense, sobre os primeiros dias. Difíceis.

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A realidade hoje é bem diferente. A empresa cresceu a olhos vistos neste relativamente pouco tempo. Em 2016, com cenário de crise, conseguiu dobrar de tamanho enquanto muito construtores sofreram para sobreviver. Pesou, claro, o aporte de R$ 20 milhões de um fundo norte-americano, que viu o potencial de crescimento da empresa. “Nossa história vem nessa linha, de forma intensa. Mas, para isso acontecer, nessa intensidade, tivemos não só que inovar nos processos de construção e de produto, mas também de gestão. Foi uma empresa que desde o primeiro momento teve um conselho de administração formado por membros externos”, conta o CEO.

“Em 2009, mesmo sendo uma empresa limitada, já tinha esse conselho respeitado com ex-vice-presidente de banco, presidente da IBM na época, pessoas influentes do setor. Também já trabalhávamos por meta e meritocracia”, diz. “A gente formou uma cultura que é focada nas pessoas, com um jeito mais informal, funcionários com mais liberdade, capacidade de decidir. A mão-de-obra é bastante jovem”, diz Bonatto. “À la Vale do Silício”.

Recentemente, a Tecverde implantou um trabalho focado em mindfulness (para concentração). Todos os dias os funcionários meditam pela manhã e pela tarde. Há também indicadores de inteligência positiva e felicidade para seus 220 colaboradores (incluindo fábrica, escritório e canteiros de obras) – um programa desenvolvido em Harvard. “Posturas como essa de focar num sonho grande com inovação, sustentabilidade, ter uma causa por trás, trazer as pessoas certas, criar uma cultura de fazer esse projeto acontecer, é que são nosso mérito”, diz Bonatto.

O resultado é capitalizado em números, prêmios e parcerias. Neste último quesito, destaca-se o encontro com a construtora MRV, que quer intensificar as construções de prédios com o wood frame. E, se isso acontecer, deve impulsionar o crescimento da empresa paranaense. “Ano passado construímos 800 casas. Neste, fizemos 1.500. Ano que vem chegaremos a 3.000 casas”, projeta o CEO.

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Empresa de construção que trabalha com tecnologia de wood frame dobrou de tamanho nos últimos cinco anos.

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Prédios são a estratégia para a empresa crescer em 2017

Em agosto, a Tecverde deu mais um passo em seu caminho de crescimento sólido: construiu um prédio com tecnologia wood frame – o primeiro do país. Os dois edifícios de três pavimentos levantados usando os painéis e placas de madeira marcam a entrada da empresa neste rentável segmento.

“Os prédios, para nós, são a bola da vez. Eles representam cerca de 80% do mercado. Temos que lembrar que estamos em um país onde você tem um déficit habitacional na casa dos 7 milhões de moradias e que aumenta 1 milhão por ano”, diz Caio Bonatto, CEO da empresa. “Imagina construir tudo isso de forma convencional, gerando resíduos e emissões de CO2. Nossa tecnologia diminui 40% de ambos os fatores”.

Com o segmento, a Tecverde espera construir 3 mil residências em 2017 – o cálculo é feito com base em um imóvel de 50 metros quadrados. “Começamos com casa de média e alta renda, então fomos para baixa renda com dois pavimentos. Há 3 anos abrimos a indústria de Araucária, que tem a capacidade de produzir 7 mil casas por ano na planta”, comenta Bonatto.

A empresa fornece sua tecnologia para construtoras parceiras. Entre elas, estão players locais, como a Baú (Paraná) e Simples (Rio de Janeiro), e gigantes nacionais, como a MRV.

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